Phil Collins diz que ninguém sentirá sua falta se deixar a música

Após mais de 40 anos de carreira, Phil Collins acha que não deixaria saudades caso saísse de cena. Em entrevista à revista "FHM" deste mês, reproduzida pelo "Daily Telegraph", o músico de 60 anos, que começou sua carreira como baterista do Genesis, diz que já se sente fora da atual indústria da música. 

 

"Eu assisto ao MTV Music Awards e penso: 'não posso estar neste mesmo negócio. Não pertenço a este mundo e acho que ninguém vai sentir minha falta. Fico mais feliz em sair de cena", ele falou, acrescentando de forma irônica: "Vou partir numa viagem misteriosa de bicicleta e nunca mais voltar. É uma grande maneira de acabar a história, não é?".

 

Esta não é a primeira vez que Collins sugere uma aposentadoria e seu site oficial não traz qualquer comunicado, mas uma série de problemas de saúde pode colaborar com uma possível confirmação do anúncio. Com uma vértebra deslocada, problemas nos nervos da mão e audição diminuída, Collins também não deve voltar a tocar bateria. "Não estou preocupado com a bateria, mas sim em poder cortar um pão com segurança ou construir coisas para os meus filhos", disse.

 

Questionado pela revista "FHM" se ele é, oficialmente, uma ex-estrela do rock, Phil apenas disse: "Parece um bom momento para parar por um tempo". Ele conta ainda que o apresentador David Letterman o convidou recentemente para seu programa, que é gravado às segundas-feiras. "Eu disse não. Não posso fazer isso. Eu fico com as crianças na segunda-feira", lembra. "E minha gravadora disse: 'mas é o David Letterman!'. E eu disse: e daí? Não dou a mínima".

 

Legado de Collins
O cantor, compositor, músico e ator nascido em Londres, mas que hoje mora na Suíça, é um dos únicos três artistas a vender mais de 100 milhões de álbuns com uma banda e por conta própria --os outros são Paul McCartney e Michael Jackson.

 

No ano passado, Collins lançou o disco "Going Back" com 18 versões para músicas da Motown. Foi a primeira vez que ele tocou bateria desde a reunião do Genesis, em 2006. "Foi frustrante porque, na primeira vez, uma baqueta voou da minha mão, então percebi que precisava fixá-las com fita adesiva na minha mão, porque não tinha força suficiente nos dedos para segurá-las", ele contou no ano passado em entrevista ao "New York Times".

 

Collins já descartou qualquer atividade futura com o Genesis, mesmo se o vocalista original, Peter Gabriel, finalmente concordasse com uma reunião. Seu foco artístico atual está em um livro sobre a Revolução do Texas do século 19, que planeja publicar em 2012. "Não sou daqueles que ficam pensando 'e se...'. Esta é a situação atual. Na vida, uma porta fecha e outra abre, e tenho sorte de ter uma pela qual passar que parece ser bastante interessante", disse ele na entrevista ao "New York Times".