Com 20 anos de existência, Lollapalooza chega ao Chile com ares de iniciante

Primeiro grande festival de música do Chile, o Lollapalooza começou neste sábado (2) em Santiago com ares de iniciante, apesar de seus 20 anos acumulados em edições nos Estados Unidos. Sem organização na distribuição dos ingressos na porta do Parque O’Higgins, que abriga o evento no centro da capital chilena, o festival tumultuou o público na entrada e faltou com sinalização em toda sua extensão.

O clima de novato do festival deixou ainda o público sem poder assistir aos shows do palco principal debaixo de uma somba para se esconder do sol forte que batia no parque durante toda a tarde --o único ponto de refúgio fica na lateral dos palcos, impedindo a visão até as bandas. Em contrapartida, uma fonte de água foi disponibilizada para que o público possa encher suas garrafas numa espécie de refil e driblar o forte calor.

Com censura livre e uma programação dedicada ao público infantil, o Lollapalooza não comercializa bebidas alcoólicas na pista. Cervejas, whisky e derivados são vendidos apenas na área vip, onde a entrada para menores de 18 anos não é autorizada. A hidratação dos demais é a base de refrigerantes, sucos, água e o tradicional "mote con huesillo", um chá de pêssego com pedaços da fruta e flocos de trigo.

A concorrida praça de alimentação traz poucas opções saudáveis para quem passa o dia inteiro no local. Há cachorro-quente (tradicionalmente com abacate amassado por cima), pizza, batatas recheadas, burritos e sanduíches prontos. O preço é contabilizado por tickets (a maioria fica entre uma e duas fichas), que são comprados pelo valor de 1.000 pesos chilenos cada.

O festival, que completa 20 anos de sua edição norte-americana, trouxe ao Chile algumas de suas características originais, como a realização em um parque dentro da cidade --o O’Higgins está situado no centro da capital chilena, um parque plano com facilidades de acesso, próximo a ponto de ônibus e estações de metrô.

O Lollapalooza também trouxe a preocupação com o meio-ambiente (mais de 1.000 voluntários trabalham na separação de lixo reciclável), programação infantil no palco Kidzapalooza (menores de dez anos têm entrada gratuita) e um espaço para tendências tecnológicas.