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30 anos sem Bob Marley: "O reggae não se limita a ele", diz Jay Mahal; ouça Reggae Raiz especial

Bob Marley em setembro de 1976 na foto do arquivo da Island Records - Arquivo Folha
Bob Marley em setembro de 1976 na foto do arquivo da Island Records Imagem: Arquivo Folha

Da Redação

11/05/2011 06h00

Falar em reggae ainda é sinônimo de Bob Marley. Mesmo 30 anos após sua morte, em 11 de maio de 1981, o artista continua sendo a referência quando se fala no estilo. "Quando ele morreu muita gente falava que o reggae ia acabar", diz Jay Mahal, músico e radialista que comanda ao lado de China Kane o programa Reggae Raiz, na Rádio UOL.

Mas vários grupos provam que não é só do ídolo que vive o reggae. "Todo mundo que era conhecedor [do estilo] já sabia que o reggae não se limita a Bob Marley, apesar de ele ser um nome enorme. Tem toda uma cultura jamaicana por trás que é muito rica", fala Mahal.

O conhecimento dessa cultura era restrito a uma pequena turma de reggaeiros, que promoviam shows e discotecagens, mas Mahal garante que a internet facilitou o contato do público com outras bandas de roots. "Bob Marley é sempre o carro-chefe porque ele é muito bom. Não é uma injustiça com os outros, não tira o mérito de bandas que existem por aí", ele diz.

No Brasil, o Maranhão é o estado conhecido por ter incorporado o gênero de maneira mais intensa na cultura. Shows, discotecagens e até reggae de salão são eventos comuns no local. "Antigamente a Bahia era considerado o lugar dos reggaeiros, mas tem reggaeiro em tudo que é canto. Conheço bandas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná", enumera.

Entre as bandas de reggae que se destacam no Brasil, Mahal cita as veteranas Natiruts e Ponto de Equilíbrio, de Brasília e Rio de Janeiro, respectivamente, a maranhense Mano Bantu, e o grupo paulista Zefenate, liderado pelo filho de Nando Reis.

Não só a música, mas o movimento Rastafári e as bandeiras levantadas por Bob Marley também são uma forte influência até hoje. "Ele mudou muitas coisas na cabeça das pessoas, virou uma referência existencial. Marley levou uma mensagem de paz , de entendimento, e ao mesmo tempo de luta no sentido de saber o que acontece e protestar. Ele morreu naquele momento, mas a vibração continua emanando coisas boas".

Para celebrar os 30 anos de morte de Bob Marley, clique aqui para ouvir clássicos do ícone do reggae nas versões de Eric Clapton, Ziggy Marley, Joe Strummer, Natiruts e Gilberto Gil no programa especial do Reggae Raiz, na Rádio UOL.