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Futuro do jazz é misturá-lo com outros gêneros, diz Jamie Cullum, atração deste sábado no Festival Natura Nós

Jamie Cullum durante apresentação no The Prince"s Trust Rock Gala 2010, no Royal Albert Hall, em Londres (17/11/2010) - Getty Images
Jamie Cullum durante apresentação no The Prince's Trust Rock Gala 2010, no Royal Albert Hall, em Londres (17/11/2010) Imagem: Getty Images

FLÁVIO SEIXLACK

Da Redação

20/05/2011 12h00

De volta ao país depois de uma temporada em 2006, o músico britânico Jamie Cullum vai fazer uma apresentação única no Brasil neste sábado (21). O show do cantor e compositor acontece dentro da edição 2011 do festival Natura Nós, na Chácara do Jockey, em São Paulo. O evento terá a presença de Jack Jackson, Laura Marling e artistas nacionais.
 
O pianista que mescla jazz com música pop é conhecido por fazer covers inusitados e shows completamente diferentes um do outro, por vezes decidindo na hora o que tocar. Apesar disso, Cullum vem ao país apresentar a turnê de "The Pursuit" (2009), seu quarto álbum de estúdio.
 
Entre as 15 faixas de "The Pursuit" --a maioria delas composta pelo músico-- há um cover de "Please Don't Stop The Music", de Rihanna, além da balada "Gran Torino", que foi escrita junto com o ator e cineasta Clint Eastwood para a trilha sonora do filme de mesmo nome.
 
Em entrevista por telefone ao UOL Música, o britânico falou sobre artistas que deseja interpretar no futuro, para onde caminha o jazz e o que um músico do gênero deve fazer para alcançar sucesso nos dias de hoje.
 
UOL Música - Está empolgado para voltar ao Brasil?
Jamie Cullum - Bastante. Toquei aí em 2006, mas já estive no país muitas vezes nos feriados para ver amigos, então estou familiarizado com o Brasil e gosto bastante. O público é ótimo, está sempre pronto para se divertir.
 
UOL Música - Você costuma fazer o setlist pouco antes de cada show, mas pode adiantar alguma coisa que vai tocar por aqui?
Jamie Cullum - Ainda não mostrei meu novo álbum para o Brasil. Usarei essa oportunidade para tocar algumas coisas deste disco, pois muitos aí ainda não ouviram elas ao vivo. O resto decidirei quando subir ao palco.
 

Jamie Cullum - Tema de "Gran Torino"

UOL Música - O álbum "The Pursuit" foi lançado em 2009. Qual é a principal diferença entre este e os demais trabalhos de sua carreira?
Jamie Cullum - Acho que é um disco sem medo. Sinto que, mesmo dois anos após fazê-lo, é um álbum vindo de alguém que diz "não estou nem aí para o que os outros estão pensando e esperando, apenas farei algo que acho que é ótimo, divertido e empolgante". Para mim, é esse tipo de trabalho.
 
UOL Música - Quão difícil é para um artista de jazz alcançar sucesso em um mundo dominado pelo pop?
Jamie Cullum - Depende do que você considera como sucesso. Se está pensando em Lady Gaga, claro que é muito difícil para artistas de jazz chegaram lá. Mas se está pensando em conseguir coisas muito boas com sua música e tocar para um público que o respeita e gosta do que você faz, então acho que é uma questão de trabalhar e praticar muito. E também diria que, por minha música ser bem misturada com o pop, é mais fácil conseguir mais fãs do que alguém que faz jazz tradicional. 
 
UOL Música - Para onde você acha que caminha o jazz? Como você acha que o gênero vai soar no futuro?
Jamie Cullum - Difícil dizer, mas vejo que o jazz está cada vez mais misturado com os ritmos atuais. Há muita música eletrônica meclada com jazz vinda de lugares como Noruega. Até mesmo no Brasil você ouve jazz misturado com ritmos locais, e nos Estados Unidos é com o rap. Mas também é possível ouvir o lado mais tradicional da coisa. Acho que esse caldeirão de misturas vai continuar, pois o jazz é um gênero fácil de misturar com outros estilos por ser tão livre em sua essência.
 
UOL Música - Tem feito músicas novas? Está preparando um novo trabalho?
Jamie Cullum - Sim, eu estava no piano compondo coisas novas agora mesmo, antes de começarmos a conversar. 
 
UOL Música - Você já tocou músicas de muitos outros artistas. Quais covers têm em mente e que gostaria de fazer?
Jamie Cullum - Uma pergunta difícil, mas posso adiantar que tenho pensado em coisas da Björk e Bon Iver.