Jack Johnson fala sobre vida e carreira em gravação do programa "Altas Horas"; cantor se apresenta hoje com ingressos esgotados

“Vamos logo que o Jack Johnson quer pizza. São 32 pedaços para seis pessoas, você acha que dá?”, pergunta um funcionário nos corredores da Rede Globo, em São Paulo, onde na última sexta-feira (20), Johnson e sua banda participaram da gravação do programa Altas Horas.

O cantor, que está no Brasil para a divulgação do álbum “To The Sea” (2010), é convidado a entrar no palco pelo apresentador Serginho Groisman. Simples, de camiseta e calça jeans desbotada, tênis e violão a tiracolo, Johnson arranca gritos histéricos de fãs na plateia.

“Já conhecia o Brasil por causa do surf. No Havaí tenho muitos amigos surfistas, alguns brasileiros. Também viajei o mundo com o surf, por isso já conhecia muitas praias daqui”, conversa com Groisman. “Amo música brasileira. No Havaí só tínhamos três estações de rádio e uma delas era brasileira. Tem também o produtor Mario Caldato (que também trabalhou com Vanessa da Mata) que me leva muita novidade do Brasil”.

Quando o apresentador pede que ele diga algumas palavras em português, Johnson arrisca um “boa noite galera” e um “oi linda” já adiantando que ainda não sabe dizer palavrões.

Johnson mantém uma ONG no Havaí sobre preservação ambiental e trabalha com conscientização e reciclagem nas comunidades havaianas. Para ele, as pessoas também estão indo aos shows por motivos mais importantes, como a sustentabilidade. “Doamos o dinheiro dessa turnê para comunidades e ONGs brasileiras. É legal poder ajudar os lugares por onde passamos”.

Questionado por um fã sobre um trecho da música “Belle”, Johnson explica que todas as letras românticas que faz são para a mulher Kim, que conheceu ainda na faculdade. “A 'Belle' da música é a minha mulher. Todas as músicas que faço são para ela e uma forma expressar o meu amor”, conta.

Quando os convidados do programa são apresentados, Johnson, tímido, cumprimenta a atriz Cléo Pires, o lutador Lyoto e a cantora Vanessa da Mata. Groisman apresenta Vanessa para o cantor e diz que eles têm algo em comum, a parceria com o cantor Bem Harper.

Na rodada de perguntas da plateia, Johnson conta que suas principais influências são Hendrix, Beatles e principalmente o trio que o acompanha “eles me fazem soar muito melhor do que sou sozinho”.

Sem desgrudar do violão surrado nem nos intervalos, Johnson pergunta para a doutora Laura Muller, “qual a idade para falar sobre sexo com os filhos?”. O havaiano tem três filhos que o acompanham em toda a turnê. “Durante a turnê, às vezes eu passo o dia trocando fraldas. Não é tão divertido quanto parece. Mas me sinto privilegiado de ter a vida que eu tenho. Só por surfar já me sentia realizando um sonho, viver de música é viver um sonho”.

Nos intervalos, Johnson tira fotos com as fãs, observa o público e conversa com os parceiros da banda. Questionado sobre sua alimentação, explica que “tentei ser vegetariano, mas é difícil fazer isso quando você está em turnê. Tem alguns lugares que não têm comida vegetariana, aí não dá para manter a dieta e você tem que comer lingüiça, por exemplo”.

Para finalizar, Jonson explica a relação entre sua música e o surf. “Minha música tem total relação com o surf. Comecei surfando, depois passei a fazer filmes com surfistas. Quando comecei a tocar, gravei fitas caseiras e sai distribuindo para amigos em praias pelo mundo. A ligação existe, eles que ajudaram a me divulgar”. O programa vai ao ar no dia 28 de maio (sábado). 

Johnson toca neste sábado no festival Natura Nós, em São Paulo. Os ingressos para a pista comum estão esgotados, a pista premium custa R$450.