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De volta com mesmo show de 2010, Paul McCartney diz no Rio que agora é jogador da seleção brasileira de futebol

Paul McCartney durante sua primeira apresentação no Rio de Janeiro, no Estádio João Havelange, pela turnê "Up and Coming Tour" (22/05/2011) - Júlio Cesar Guimarães/UOL
Paul McCartney durante sua primeira apresentação no Rio de Janeiro, no Estádio João Havelange, pela turnê "Up and Coming Tour" (22/05/2011) Imagem: Júlio Cesar Guimarães/UOL

MARIANA TRAMONTINA

Enviada especial ao Rio de Janeiro

22/05/2011 21h48Atualizada em 23/05/2011 03h58

Seis meses depois de se apresentar em Porto Alegre e São Paulo, Paul McCartney parece ter arrumado um novo motivo para estar no Brasil. "Agora estou jogando na seleção brasileira. É oficial", ele disse mostrando a camisa número 10 com seu apelido, "Macca", cravado nas costas. A peça, arremessada no palco por um fã, apareceu no encerramento do primeiro de dois shows no Rio de Janeiro, onde ele não se apresentava há 21 anos.
 
Mas Paul já revelou em entrevistas passadas não ser um verdadeiro entusiasta do futebol. O motivo que o traz de volta ao Brasil é mais uma etapa da turnê "Up and Coming", dessa vez com exclusividade no Rio de Janeiro. E neste primeiro show no Estádio João Havelange (Engenhão), na noite deste domingo (22), Paul fez uma retrospectiva de sua trajetória em mais de 30 canções, desde a época dos Beatles, passando por sua carreira solo e seus projetos Wings e The Fireman.
 
Quem assistiu ou leu sobre o show de Paul no Brasil no ano passado vai recordar o repertório, que sofreu poucas alterações em sua continuidade. A principal mudança vem logo na abertura, que antes variava entre "Venus and Mars/Rock Show" e "Magical Mystery Tour", e agora aparece com o clássico de 1967 dos Beatles "Hello, Goodbye", que às 21h45 rasgava a noite no Engenhão.
 
Recém-noivo da socialite Nancy Shevell, Paul também excluiu de seu show a balada "My Love", sua declaração de amor para Linda, a quem ele chamou de "minha gatinha" nos shows passados e dedicou aos namorados presentes em sua plateia. "Highway", do último disco de seu projeto Fireman, também foi deixada de lado.
 
Neste show, perfeitamente cronometrado e ensaiado, a plateia também reconhece frases como "hoje vou tentar falar português, mas vou falar mais inglês", antes de levar o público em "Drive My Car". Ou quando ele dedica canções às pessoas que fizeram parte de sua vida. Em "Here Today", ele conta que escreveu para "meu amigo John" e pede aplausos. A frase é adaptada para George, ao tocar "Something" no ukulele e abrir os braços quando a foto do ex-companheiro de banda aparece no telão ao fundo do palco.
 
McCartney brinca com a plateia, finge que está surdo com o barulho de explosões e fogos de artifício em "Live and Let Die", puxa coros em "Ob-La-Di, Ob-La-Da", arrisca dancinhas desajeitadas e faz exibições vocais, ainda que não exponha mais, aos 68 anos de idade, suas melhores performances. Ele transita entre um instrumento e outro (do baixo para a guitarra para o piano para o bandolim para o ukulele), e a competente banda que o acompanha --Rusty Anderson (guitarra), Brian Ray (guitarra e baixo), Paul "Wix" Wickens (teclados) e Abe Laboriel Jr. (bateria)-- está ali para servi-lo, sem excessos nem virtuosismos gratuitos.
 
O público de cerca de 45 mil pessoas também foi parte do show. Em coro, gritou "we love you yeah yeah yeah", numa adaptação de "She Loves You", na qual McCartney apontou para a multidão e prontamente repetiu os versos "we love you yeah yeah yeah". E completou o cenário jogando para o alto balões coloridos na dobradinha "A Day In The Life" e "Give Peace a Chance", e levantando placas com a sílaba "Na" para agregar ao refrão de "Hey Jude". "Isso foi muito legal", aprovou Paul.
 
O segundo e último show da turnê brasileira "Up and Coming" volta acontecer nesta segunda-feira (23) no mesmo local. Ainda há ingressos à venda apenas para o setor inferior oeste (R$ 340) pelo site www.ingresso.com
 
 

Paul McCartney no Rio: a rotina dos acampados no estádio

Veja as músicas que Paul McCartney tocou no primeiro show no Rio de Janeiro:
 
"Hello, Goodbye" (The Beatles)
"Jet" (Wings)
"All My Loving" (The Beatles)
"Letting Go" (Wings)
"Drive My Car" (The Beatles)
"Sing The Changes" (The Fireman)
"Let Me Roll It" (Wings) / "Foxy Lady" (Jimi Hendrix)
"Let 'Em In" (Wings)
"I've Just Seen a Face" (The Beatles)
"And I Love Her" (The Beatles)
"Blackbird" (The Beatles)
"Mrs Vandebilt" (Wings)
"Eleanor Rigby" (The Beatles)
"Something" (The Beatles)
"Band on the Run" (Wings)
"Ob-La-Di, Ob-La-Da" (The Beatles)
"Back in the U.S.S.R." (The Beatles)
"I've Got a Feeling" (The Beatles)
"Paperback Writer" (The Beatles)
"A Day in the Life" / "Give Peace A Chance" (The Beatles)
"Let It Be" (The Beatles)
"Live and Let Die" (Paul McCartney & Wings)
"Hey Jude" (The Beatles
 
bis
"Day Tripper" (The Beatles)
"Lady Madonna" (The Beatles)
"Get Back" (The Beatles)
 
bis 2
"Yesterday" (The Beatles)
"Helter Skelter" (The Beatles)
"Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band / The End" (The Beatles)