Simple Plan volta às origens e faz disco "para colocar sorriso na cara" dos fãs; leia entrevista
Foram cinco meses de gravação e obsessão com cada detalhe até que "Get Your Heart On!", o recém-lançado álbum do quinteto canadense Simple Plan, finalmente ficasse pronto. O trabalho chega ao público mais de três anos após o lançamento de "Simple Plan" e marca a volta da banda às suas origens: músicas rápidas e divertidas.
"Get Your Heart On!" é o quarto trabalho de estúdio do grupo formado por Pierre Bouvier (voz), Chuck Comeau (bateria), Sébastien Lefebvre (guitarra), Jeff Stinco (guitarra) e David Desrosiers (baixo) e foi produzido por Brian Howes, que já trabalhou com as bandas Puddle of Mudd e Boys Like Girls.
O novo trabalho conta com diversas participações especiais, entre elas a do vocalista e guitarrista Rivers Cuomo, do Weezer, e a de Alex Gaskarth, do All Time Low, além de K'naan, autor da canção "Wavin' Flag", escolhida por uma marca de refrigerantes para ser a música da Copa do Mundo 2010 na África do Sul.
O novo trabalho conta com diversas participações especiais, entre elas a do vocalista e guitarrista Rivers Cuomo, do Weezer, e a de Alex Gaskarth, do All Time Low, além de K'naan, autor da canção "Wavin' Flag", escolhida por uma marca de refrigerantes para ser a música da Copa do Mundo 2010 na África do Sul.
Em entrevista por telefone ao UOL Música, o baterista Chuck Comeau deu detalhes sobre o processo de gravação do novo álbum, além de falar sobre a trajetória do Simple Plan até o momento e os planos de voltar ao Brasil com a atual turnê.
Capa do disco "Get Your Heart On!", do Simple Plan
Chuck Comeau - Estamos extremamente felizes e orgulhosos do álbum. Acreditamos que seja nosso melhor até o momento. Trabalhamos muito duro nele, o processo todo durou mais de um ano. Era muito importante, para nós, fazer um disco que nossos fãs fossem amar da primeira à última música. Até o momento eles parecem ter gostado do álbum. A resposta não poderia ter sido melhor.
UOL Música - Qual é a principal diferença entre "Get Your Heart On!" e o álbum anterior?
Chuck Comeau - Acho que, comparado ao último, é uma volta às origens. "Simple Plan" (2008) foi muito obscuro, introspectivo e um tanto triste, talvez. Depois de tocá-lo por muito tempo queríamos voltar a fazer músicas divertidas, sabe? Tentamos recriar a energia e o espírito presente nos dois primeiros trabalhos, então "Get Your Heart On!" é um disco para colocar um sorriso na sua cara. Tem reggae e outras coisas frescas que nunca fizemos. Tem de tudo.
UOL Música - Desde o primeiro disco vocês não colaboravam com outros artistas. Foi uma escolha consciente?
Chuck Comeau - Como banda, no segundo e terceiro álbuns quisemos fazer nossas próprias coisas. Mas, depois de quatro discos, sentimos que não tínhamos mais nada a provar. Temos tido bastante sucesso e já era hora de trazer de volta o elemento de festa. E, quando se dá uma festa, você tem que ter convidados, se divertir com seus amigos. Não há nada mais legal do que poder trabalhar com outras pessoas, que fazem com que seu álbum soe fresco. Por exemplo: crescemos amando o Weezer. E poder gravar uma música com Rivers Cuomo [vocalista da banda] é inacreditável.
UOL Música - A ideia era trabalhar com artistas que não necessariamente faziam parte do universo do Simple Plan?
Chuck Comeau - Exatamente. É isso o que é legal, pegar as pessoas de surpresa, fazer algo que elas não estavam esperando. Nós gostamos de todos os tipos de música. Simplesmente admiramos pessoas com talento, não importa que tipo de som ela faça.
UOL Música - Considera que "Get Your Heart On!" seja mais evoluído no que diz respeito à produção?
Chuck Comeau - Acho que sim. Passamos cinco meses no estúdio obcecados com cada detalhe. Trabalhamos com Brian Howes, um produtor incrível, e ele é o tipo de cara que é obcecado por cada detalhe, um perfeccionista como a gente. Tratávamos cada música como nosso primeiro single, como a canção mais importante do álbum. Em termos de som e produção, acredito que seja nosso melhor disco até o momento. Nos arriscamos mas, ao mesmo tempo, é bem Simple Plan. Não mudamos muito o som a ponto de ficar estranho e não parecer com o nosso som.
UOL Música - O Simple Plan está na estrada há mais de 10 anos. O que aprenderam de mais importante neste período?
Chuck Comeau - Não ter um ego, não achar que você é melhor que o resto de sua banda e não tratá-la de forma desrespeitosa. Uma coisa que me orgulho é que ainda temos a mesma formação. Essa é a chave para nós, tocar com os amigos, respeitar a todos e trabalhar duro. Nada vem de mão beijada. Faça com que todos saiam felizes de seu show e seja gentil com seus fãs, essas são as coisas mais importantes.
UOL Música - Existe uma preocupação em fazer músicas para um público mais maduro, uma vez que muitos de seus fãs estão mais velhos, ou é um processo natural?
Chuck Comeau - É bem natural. Nós também crescemos e temos outras prioridades na vida. Obviamente muito mudou. Claro que temos conhecimento de que há muitos fãs esperando por algo específico mas, quando você se senta para fazer um disco, acho que tem que tentar fazer o melhor álbum que puder. Não deve pensar: "temos que fazer isso porque o mercado pede ou nossos fãs querem ouvir".
UOL Música - Há planos para trazer a nova turnê ao Brasil?
Chuck Comeau - Com certeza! Há muitos planos. Mal podemos esperar para voltar ao Brasil. É muito incrível tocar aí, na internet os fãs sempre nos lembram como o Brasil gosta da banda, é um país que está no nosso coração. Onde quer que a gente toque há um fã brasileiro. Há uma boa chance de irmos mais para o fim do ano, mas se não acontecer iremos em 2012.
UOL Música - Você acredita que o pop-punk está mais forte hoje do que quando vocês começaram? O que acha de bandas como o Blink-182 se reunindo?
Chuck Comeau - As pessoas dizem que o gênero morreu há dez anos. Quando nosso primeiro disco saiu nos disseram: "melhor lançar logo esse álbum, porque essa moda já era". O engraçado é que 10 anos mais tarde estamos aqui. Sinto que esse é um ano especial para o pop-punk, porque várias bandas estão lançando bons discos, como o All Time Low. E o Yellowcard e o Blink-182 voltaram. Não sinto que seja um renascimento do gênero, pois acho que as pessoas sempre vão amar músicas com essa energia.
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