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Crítica: Show de Amy Winehouse em São Paulo foi um desastre

Amy Winehouse durante show no Summer Soul Festival, na Arenha Anhembi, em São Paulo (15/01/2011) - Flávio Florido/UOL
Amy Winehouse durante show no Summer Soul Festival, na Arenha Anhembi, em São Paulo (15/01/2011) Imagem: Flávio Florido/UOL

Mauricio Stycer

Crítico do UOL

23/07/2011 14h56

Conclusão da turnê que objetivava marcar um recomeço de sua atribulada carreira, o show de Amy Winehouse em São Paulo, na noite de 15 de janeiro deste ano, foi um desastre completo.

A cantora parecia distante, distraída, com a cabeça em outro lugar. Cantou nove das dez músicas do seu disco-ícone, “Back To Black”, mas foi como se estivesse fazendo cover de si mesma.

Quem já havia assistido a outros shows de Amy, ou conhecia seu trabalho em DVD, como o registro de um espetáculo em Londres em 2007 (“I Told You I Was Troube”) certamente não a reconheceu ali no palco do Anhembi.

Diante de 30 mil pessoas em São Paulo, Amy quase não falou, tropeçou em alguns versos das próprias canções e precisou dos cantores de apoio para tornar o seu som mais claro.

O público também contribuiu. Parte da plateia divertiu-se com os erros da cantora e delirou quando ela levava a mão ao nariz ou bebia algo de uma caneca. Pareciam estar ali justamente para festejar uma artista junkie, e não a cantora brilhante que ela havia sido.

A produção do espetáculo também contribuiu para o desastre. Com ingressos a R$ 200, estacionamento intransitável, filas quilométricas para beber ou comer algo, telões pequenos e ausência total de táxis à saída, o show teve aspectos de via-crucis para muitos espectadores.

Por sorte, não é a última impressão que fica. Amy Winehouse será lembrada como uma cantora magnífica, e não pelo show que fez em São Paulo seis meses antes de morrer.