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DJ e produtor Moby conta detalhes dos bastidores do último show de Amy Winehouse

O DJ e produtor Moby - Lucas Lima/UOL
O DJ e produtor Moby Imagem: Lucas Lima/UOL

Da Redação

25/07/2011 21h30

O DJ e produtor Moby lamentou não ter podido ajudar Amy Winehouse. Em seu Twitter, o músico publicou, ainda na noite do sábado (23): "Após o nosso show na Sérvia, eu gostaria de ter sido capaz de ajudar Amy. Me desculpe".

Moby abriu o último show de Amy, em 18 de junho, na Sérvia, no qual a cantora foi vaiada e abandonou a apresentação antes do fim.

"No momento em que eu saí do carro, eu sabia que algo estava errado", contou Moby ao site The Hollywood Reporter, de Roma, no domingo (24) à noite. "Dos bastidores eu podia ouvir o público vaiando mais alto do que a música".

Dirigindo-se à lateral do palco enquanto Amy ainda estava em cena, Moby diz ter visto uma cena perturbadora. "Amy estava ali de pé, balançando para trás e para frente e murmurando ocasionalmente. A banda estava tocando em silêncio e parecia desconfortável e o público observava incrédulo". Ele afirma que também não acreditava no que via.

"Ela ficou no palco por cerca de 30 minutos, depois saiu e foi se deitar sobre uma caixa nos bastidores, rodeada por algumas pessoas", conta Moby. "Eu estava horrorizado".
 

Assista a vídeo do último show de Amy Winehouse, em junho, em Belgrado (Sérvia)

Ela ainda voltou ao palco mas não conseguiu cantar músicas como "Back to Black" e "Valerie", que já tinha cantado centenas de vezes. Depois de uma hora, a cantora foi colocada em um carro e levada para o hotel, enquanto a banda tocava sem ela, para cumprir exigências contratuais.

Moby, que tem se mantido longe das drogas e do álcool há vários anos, tentou informar-se sobre o estado de Amy antes do show. "Como Amy tinha acabado de sair da reabilitação, eu ingenuamente e presunçosamente esperava falar com ela antes ou depois de seu show para descobrir como ela estava se sentindo e ver se ela precisava de ajuda", diz ele. "Há uma rede bastante extensa de músicos em turnê que estão tentando se manter sóbrios, e nós geralmente oferecemos apoio quando e onde podemos".

Os dois não chegaram a conversar, mas Moby a viu por alguns momentos no hotel e ela parecia bem. Produtores do festival também asseguraram ao DJ que Amy seria capaz de cantar. "Todos os envolvidos disseram que ela tinha estado em reabilitação e estava bem, então eu estava preocupado, pessoal e profissionalmente, mas esperançoso", ele afirma.
 

Comentando o vício em drogas e álcool, Moby contou: "O problema para um monte de viciados é que o álcool e as drogas são tão incrivelmente poderosos e eficazes que é muito difícil substituir duas coisas que funcionam tão bem, ainda que destrutivamente, com a sobriedade, que no início pode ser meio maçante e estranho por comparação. É especialmente difícil quando as pessoas são mais jovens, já que as consequências de sua utilização são geralmente menos graves".

Ao ser questionado sobre o papel da indústria musical na morte de artistas por abuso de drogas, Moby afirmou "Ninguém tinha que me forçar a beber e tomar drogas e ninguém mais poderia me fazer ficar sóbrio. Às vezes, é muito fácil apontar o dedo quando as circunstâncias dramaticamente dão errado, mas, como um viciado, eu sou  responsável por minhas próprias decisões em última instância, não importa quanto as consequências sejam boas ou trágicas".

Moby afirma que recebeu a notícia da morte de Amy com "tristeza resignada". "Eu conheço um monte de viciados e uma porcentagem significativa, infelizmente, não sobrevive".