"Não lembro do show no Brasil", diz músico do Foals, que volta ao país para abrir show do Red Hot Chili Peppers
A estreia dos ingleses do Foals em palcos brasileiros em 2008, no festival Planeta Terra, pode ter sido inesquecível para os fãs, mas os detalhes da apresentação não resistiram à memória do tecladista Edwin Congreave. “Para ser sincero eu me esqueci, porque faz muito tempo”, confessou em entrevista por telefone ao UOL Música. “Eu lembro da experiência de estar lá, mas não lembro o que estava pensando, porque foi no meio de uma época atribulada”.
A banda de Oxford será responsável por abrir o show do Red Hot Chili Peppers em São Paulo, em 21 de setembro, na Arena Anhembi. A segunda passagem do Foals pelo Brasil fecha a turnê sul-americana do grupo, que também passa por Buenos Aires, Santiago, Lima e Bogotá.
“[O Red Hot Chili Peppers] é uma banda que minha geração cresceu ouvindo. É uma daquelas bandas que fazem música pop com uma energia punk e faça-você-mesmo, o que é um enorme feito”, elogia.
O Foals traz ao Brasil o show do segundo álbum, “Total Life Forever”, lançado em maio de 2010. A turnê foi interrompida apenas no começo do ano, quando o quinteto passou algumas semanas em um estúdio na Austrália, “sem nenhum objetivo específico em mente”. “Ficamos brincando, então terminamos sem nada pronto. Estávamos com um amigo nosso, o irmão do Dave Ma, que fez a maioria dos nossos clipes, e ele tem uma perspectiva sobre a música bem diferente da nossa. Foi como uma ilha de novas experiências”, descreve.
Apesar de não ter nenhum “plano específico” para o novo disco, Congreave adianta que o novo trabalho pode ser “positivo” e que a banda usou muitos equipamentos eletrônicos no estúdio australiano. “As músicas que estamos trabalhando são realmente bem positivas e talvez seja assim que o álbum vá soar, mas isso é muito abstrato”.
Mas tudo pode mudar quando a banda voltar ao estúdio para gravar o terceiro disco. Em busca de inspiração e tentando fugir dos clichês britânicos, o Foals escolheu os Estados Unidos para o début “Antidotes”, de 2008, e moraram meses na Suécia para fazer “Total Life Forever”, lugares que acabaram influenciando no resultado final dos trabalhos. “Queríamos gravar em Nova York para sair do Reino Unido. Como uma banda indie no Reino Unido tem uma pressão para você ser uma certa coisa, ser uma banda britânica e ter um som britânico, então deliberadamente saímos dessa rota “.
No caso do segundo álbum, foi a qualidade e o preço do estúdio Svenska Grammofon, mais barato que os de Londres, que pesou na decisão. “Não foi uma experiência cultural como Nova York foi, mas definitivamente deu um sabor ao disco”.
O tempero sueco rendeu a “Total Life Forever” indicações ao Mercury Prize e NME Awards, deixando para trás qualquer medo da “síndrome do segundo álbum”. “Acredito que achamos o primeiro álbum mais difícil, e ficamos mais insatisfeitos com ele, então vimos o segundo disco como uma ótima oportunidade. Temos esse sentimento de que conquistamos mais, e que ele diz mais sobre nós como banda”.
Edwin Congreave se diz feliz com o reconhecimento da mídia especializada, mas ri quando questionado se concorda que o single “Spanish Sahara” é a melhor música de 2010, como garante o prêmio recebido no NME Awards. “Eu não escuto muita música indie, escuto mais dance e house, então para mim as melhores músicas do ano foram um pouco diferentes, mas eu sou fã de ‘Spanish Sahara’. É uma boa música, claro”.
FOALS E RED HOT CHILI PEPPERS EM SÃO PAULO
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