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Com "Screamadelica", Primal Scream leva fãs de SP de volta a 1991

vocalista da banda Primal Screen, que se apresentou em São Paulo neste sábado (24/9/2011) - Renato Bras/Divulgação
vocalista da banda Primal Screen, que se apresentou em São Paulo neste sábado (24/9/2011) Imagem: Renato Bras/Divulgação

ANA OKADA

Da Redação

25/09/2011 10h42

Tal como nos filmes em que o personagem consegue voltar ao passado, São Paulo pôde conferir a apresentação de "Screamadelica", disco da banda Primal Scream que completa 20 anos em 2011. Muitos fãs de rock trocaram o Rock in Rio para ver Bobby Gillespie e sua turma na noite deste sábado (24).

Poucos músicos têm o privilégio de fazer um álbum que possa ser considerado "revolucionário" por misturar gêneros (rock e música eletrônica), trazer uma cultura desconhecida (a cultura rave) para o mainstream, e ter sucesso de crítica e público. Em seu lançamento, em 1991, "Screamadelica" ficou nas paradas britânicas de sucesso; em 1992, ganhou o Mercury Prize - considerada maior premiação da música na Inglaterra -; e, hoje, o álbum figura em diversas listas de "melhores discos", tais como a de "100 Melhores álbums de todos os tempos", do NME, "100 melhores álbuns dos anos 90", da Pitchfork Media, e "50 melhores álbums", da revista Q.

A dançante "Movin'on up" abriu o show, seguida das viajantes "Slip Inside This House" e "Don't Fight It, Feel It". Ao vivo, elas ganharam mais peso, com guitarras marcantes - diferente das versões de estúdio, que dão ênfase aos efeitos eletrônicos. A balada "Damaged" iniciou uma sequência de músicas mais calmas, com "I'm Comin'Down" e "Inner Flight". Na épica "Higher Than The Sun", com tanta psicodelia no ar, ficou difícil aos seguranças impedir que os mais empolgados acendessem cigarros (de diversos tipos) na pista do HSBC Brasil.

Simpático mas de poucas palavras, o vocalista Bobbie Gillespie perguntou ao público se podia fazer uma pergunta, e disse que gostaria de ouvir uma resposta. Esse foi o sinal para o início de "Loaded", que começa com a pergunta: "O que é que vocês querem fazer?", respondida por: "Queremos ser livres para fazer o que quisermos". Nas músicas com poucos vocais, Gillespie se dividia entre tocar maracas e contemplar o público, às vezes totalmente parado, como numa espécie de êxtase.

"Come Together" encerrou a parte "Screamadelica" da apresentação com direito a coral na plateia, puxado pelo vocalista. Das 11 músicas do álbum, ficaram de fora apenas "Shine Like Stars" e a versão dub de "Higher Than the Sun". Após um breve intervalo, a banda voltou para o bis com os sucessos mais recentes "Country Girl", "Jailbird" e "Rocks", fazendo-nos lembrar que estávamos de volta a 2011 e deixando um gostinho de quero mais no público, que gostaria de ouvir músicas de outros álbuns também.

Para quem perdeu o show, uma boa notícia: o Primal Scream deve lançar em novembro um álbum ao vivo gravado em 2008, no Meltdown Festival, e um disco de músicas inéditas está previsto para o próximo ano, segundo informações do NME.

Confira as músicas tocadas neste sábado:

Movin'on up

Slip Inside This House

Don't Fight It, Feel It

Damaged

I'm Comin'Down

Inner Flight

Higher Than the Sun

Loaded

Come Together

Country Girl

Jailbird

Rocks