''O terror do apresentador ao vivo é ouvir 'enrola aí' do diretor'', diz Marina Person sobre cobertura do Rock in Rio

Em entrevista ao UOL Vê TV desta quarta (28), a apresentadora da TV Cultura Marina Person conversou com o jornalista Mauricio Stycer sobre a criticada transmissão do Rock in Rio realizada no último final de semana pelos canais Globo e Multishow. 

 

Marina considerou normal os ‘tropeções’ dos apresentadores Luisa Micheletti, Didi Wagner e Beto Lee e os atribuiu mais à longa duração do evento do que ao despreparo da produção. “É impossível manter o script por 11 horas. Sempre tem uma câmera que quebra, um convidado que não aparece, um show que atrasa, um vídeo que não funciona. Aliás, o maior desespero do repórter nestes momentos é ouvir ‘enrola aí no ponto’”, disse. 

 

Com longa experiência em cobrir eventos do gênero pela MTV, emissora na qual trabalhou por 18 anos, Person citou alguns truques de que lança mão: “primeiro penso no que o telespectador que não está ali no evento precisa saber. O público quer informações diferentes do que está vendo na TV. Outro ponto fundamental é se preparar exaustivamente. Antes de entrevistar a Madona, por exemplo, numa era pré-internet, me internei na MTV em busca de vídeos e revistas sobre a cantora”, conclui.        

 

Sobre as críticas aos artistas escalados, alguns não tão roqueiros quanto o nome do evento sugere, Marina amenizou: “pessoalmente o ecletismo não me incomoda, mas concordo que desta vez exageraram na mistura. Em outras edições, o rock prevaleceu”, comentou.      

 

Em sua participação por telefone, o crítico de UOL Televisão Flávio Ricco falou sobre o tema. “Eu ainda não entendi a utilidade do André Marques na transmissão da Globo e a entrada do Zeca Camargo não acrescentou. No Multishow, a coisa é morna, meio bossa nova, sem a dinâmica que o evento precisa, um convite ao sono. Em resumo: está pior que a cobertura do Carnaval da Bahia. O Rock In Rio é a Copa do Mundo da música e as emissoras não estão dando a devida atenção”, finalizou.