Topo

Com show apoteótico, Evanescence mostra no Rock In Rio que Amy Lee é a dona do palco

MARIANA TRAMONTINA<br>Do UOL, no Rio

02/10/2011 21h44

 
Sem os integrantes que ajudaram a alçar o Evanescence como um forte expoente do rock gótico, Amy Lee mostrou no Rock In Rio, neste domingo (2), porque é ela quem carrega o nome da banda. Carismática e atenciosa com os fãs --em grande maioria adolescentes que gritavam seu nome--, a cantora expôs toda sua destreza na voz operística, mostrou disposição para bater cabeça e talento para segurar o show no piano.
 
Neste retorno ao Brasil, onde esteve pela última vez em 2009, o Evanescence resgatou hits espalhados em seus dois discos de estúdio e experimentou inéditas que estarão no próximo álbum, autointitulado, previsto para sair na semana que vem. "What You Want", uma das novas faixas, abriu o show em alto som. "Going Under", um dos hits obrigatórios do Evanescence, ganhou potência máxima. 
 
Com a ajuda de sequenciadores com base eletrônica e cordas, Amy Lee engatou uma sequência de músicas pesadas com ambição épica tão conhecidas do público. E foi sentada ao piano que Amy tocou "Your Star" e retomou a atmosfera em "Sick" e no sucesso "My Immortal", encerrando com "Bring Me To Life". O show do Evanescence segue sempre em pura tensão e sem alternância da dinâmica. Com vocais agudos e guitarras constantes,  o som é sempre alto e apoteótico, sem dar descanso aos ouvidos.
 
Amy Lee tem Terry Balsamo (guitarra), Tim McCord (baixo) e Will Hunt (baterista) para fazer companhia nessa nova fase do Evanescence. A banda se entende bem no palco, em particular com as novas composições, executa com competência o repertório que não criou (apenas Balsamo chegou a gravar no disco "The Open Door", de 2006), mas faz poucas ousadias e reforça a ideia de que o show continua sendo mesmo de Amy Lee.
 
Último dia de Rock In Rio
A final do Rock In Rio 2011 começou por volta das 14h com a abertura dos portões da Cidade do Rock para o encerramento do festival. O Palco Sunset uniu culturas com o português David Fonseca dividindo palco com a espanhola The Monomes. A tropicália falou alto no show de Tom Zé e Mutantes, que teve participação do filho de Beto Lee, filho de Rita. Na sequência, Marcelo Camelo tocou com uma de suas "bandas preferidas", os californianos do The Growlers.
 
Ao contrário dos outros dias de festival, o Palco Sunset não encerrou suas atividades por volta das 19h. Neste último dia, dois shows acontecem intercalados à programação do Palco Mundo. Uma das apresentações foi dos Titãs com os portugueses do Xutos & Pontapés, após o show de Pitty. Já a brasiliense Faluja tocará após a apresentação do System of a Down no palco principal.
 
As atividades do Palco Mundo foram abertas pelos Detonautas por volta das 18h50 com um show cheio de protestos e um cover de Raul Seixas. As atrações internacionais fecham o dia: além de Evanescence, System of a Down e, por fim, Axl Rose com seu Guns N' Roses.