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Com show elegante e produção impecável, Sade faz público de São Paulo vibrar

JAMES CIMINO

Editor-assistente de Entretenimento

21/10/2011 13h11

 
Depois de dez anos sem sair em turnê, a cantora Sade, em sua primeira passagem pelo Brasil, fez uma apresentação nessa quinta-feira (20), no ginásio do Ibirapuera, para deixar qualquer fã de queixo caído. A produção impecável do show, com projeções em HD em um telão ao fundo do palco e edição de DVD nos telões laterais formava um belo conjunto com a voz ao mesmo tempo suave e empostada que modulava os hits que foram trilha sonora de muitos encontros amorosos, clandestinos ou não, nas décadas passadas.
 
"Nunca soube disso de que a Sade era a rainha dos motéis, mas lá em casa ela sempre esteve presente nas preliminares", disse aos risos o casal Adriana e Alessandro Saade, de 42 e 43 anos, que se conheceu em 1995, em uma edição do extinto Free Jazz Festival, em que Sade cancelara sua apresentação. "Tivemos que nos contentar com outros shows, mas ele me pediu em namoro naquele dia e até hoje esperávamos para ver esse show. Depois do meu casamento, esse foi o dia mais feliz da minha vida", completou Adriana, que ao se apresentar à reportagem destacou que seu sobrenome era quase igual ao nome da cantora.
 
A felicidade do casal não era isolada. Outros casais presentes trocavam carinhos e beijos enquanto cantavam sucessos da cantora como "Kiss of Life", "Your Love is King" e "Sweetest Taboo". No entanto, os pontos altos do show, dividido em três blocos no qual a cantora apresentou 21 músicas e trocou de figurino três vezes, foram os hits "Smooth Operator" (conhecida popularmente como "uh badaueba"), "Paradise" (trilha sonora da novela "Vale Tudo"), "No Ordinary Love" e "By Your Side".
 
Visivelmente emocionada com a plateia, que se levantava e dançava em diversos momentos do show, Sade dizia não saber por que havia demorado tanto para se apresentar no Brasil. "Minha vida toda foi um ensaio para esta noite", disse a cantora nigeriana de 52 anos cuja silhueta sob a penumbra lembrava a da popstar Beyoncé. As semelhanças, no entanto, param aí.  
 
Símbolo de feminilidade elegante em tempos de vulgaridade ovacionada, Sade presenteava o público a cada canção com sua voz grave, enquanto fazia questão de destacar os músicos de sua banda. Encerrou o show com o hit "Cherish the Day", suspensa em uma plataforma que, em meio às projeções do skyline de Nova York, dava a ilusão de que Sade pairava por sobre os prédios da Big Apple. Se há alguma dúvida sobre o significado da palavra diva, um deles pelo menos é Sade.