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The Kills se apresenta nesta quarta-feira (26) em SP com ingressos esgotados; leia entrevista com a banda

Alison Mosshart  e James Hince durante a gravação de "Blood Pressures" (10/2/2011) - Facebook/TheKills
Alison Mosshart e James Hince durante a gravação de "Blood Pressures" (10/2/2011) Imagem: Facebook/TheKills

ESTEFANI MEDEIROS<br>Da Redação

26/10/2011 07h07

Pela segunda vez no Brasil, o duo de garage/rock indie The Kills apresenta seu novo álbum "Blood Pressures", no Beco 203 nesta quarta-feira (26), em São Paulo, com ingressos esgotados. A banda ainda se apresenta na quinta na capital paulistana e na sexta no Rio de Janeiro.

O duo é formado por Alison "VV" Mosshart, americana, que voltou de turnê recentemente com o Dead Weather (supergrupo do ex-White Stripes, Jack White), e Jamie Hince, britânico, que apesar dos esforços, é mais conhecido como marido da top Kate Moss, com quem se casou em agosto, na Inglaterra.

Em entrevista por telefone ao UOL, Hince falou sobre a produção do álbum, sobre o assédio da imprensa em sua vida pessoal e a inevitável comparação com o White Stripes. "Em 70, poderíamos ser comparados com Sonny e Cher ou Ike e Tina Turner."

UOL Música: Como foi o processo de composição de "Blood Pressures" sem a Alison, que estava em turnê com o Dead Weather?
Jamie Hince: Foi estranho. Comecei com umas quatro ou cinco sessões sozinho já tocando algumas guitarras e gravando em meu computador junto com teclados. Depois passei para o estúdio e tinha algumas coisas boas. Alison me mandava algumas mensagens com um “o quão longe você foi aí?” (risos). E fui descobrindo, aprendendo e montando a primeira parte do álbum praticamente sozinho. Mas a estadia no Weather trouxe coisas boas para a banda, principalmente na voz dela.

UOL Música: E qual é sua música favorita no álbum?
Jamie Hince:  Sempre que ouço descubro uma nova. Mas acho que "DNA". Acho que ela resume bem a nossa ideia pra esse álbum.

UOL Música: Você é formado em literatura na universidade. As letras que você escreve sofrem alguma influência literária?
James Hince: Acredito que sim, não de forma específica. De alguma forma isso já faz parte, quer dizer, eu imagino as coisas cinematograficamente. Gosto muito de ler, o último livro que li falava sobre um psicopata. Ando lendo muito livros sobre psicologia.

UOL Música: Blogs da imprensa especializada dizem que o Kills está cobrindo um espaço que o White Stripes deixou vazio. Essas comparações incomodam você?
Jamie Hince: Não sei, não costumo ler resenhas. Mas somos uma dupla como White Stripes, somos uma banda com música de garagem, lançamos nossas coisas de forma independente, assim como eles fizeram. Não fico vendo bandas e pensando no que me inspirar. Me inspiro na música. Em 70, poderíamos ser comparados com Sonny e Cher ou Ike e Tina Turner.

UOL Música: Vocês já estiveram no Brasil em 2004 e você disse em entrevistas que “foi uma festa”. O que espera dos shows desta vez?
Jamie Hince: Não sei o que esperar. Realmente não gosto de pensar nisso, prefiro pensar em coisas imprevíseis e ser surpreendido. Quero ser surpreendido pelo público no show.

UOL Música: Não sei se você sabe, mas no Rio de Janeiro o show de vocês foi "financiado" pelos fãs..
Jamie Hince: Não sabia, me conte mais. Eu acho isso incrível. Não sei muito a respeito, mas acho incrível. Como isso aconteceu?

UOL Música: Um projeto carioca chamado "Queremos" divide cotas pagas por fãs que garantem que bandas fora do circuito venham ao país. E foi assim que fecharam o show no Circo Voador.
Jamie Hince: Eu acho fantástico. As pessoas mostram que têm poder de escolha. Os nossos últimos shows na América foram chocantes. Ver as pessoas que viajam para ver os shows, que se conhecem pela internet, confiam e se divertem juntos. É tão insano o jeito que eles fazem esses esforços e colaborações para ajudar a levar música para outros fãs. Fora que acho fantástico você poder trazer as bandas que você quer ouvir.

UOL Música: Você acha que é tão famoso com o Kills quanto é como celebridade, por ser marido da Kate Moss? Como lida com esse assédio?
Jamie Hince: Eu não sei. Obviamente isso é meio imprevisível. Eu não tenho essa ideia cool de "onde vou estar", "o que vou fazer".  Eu simplesmente faço o que está no meu coração. E eu não posso parar, não posso fazer minha vida girar em torno disso por causa de coisas eventuais. Comecei essa banda há dez anos. Nós não tínhamos dinheiro, usávamos instrumentos quebrados e só tínhamos um sonho. Nunca pensamos em ser enormes ou causar impacto. É como a cena pop em Nova York nos anos 60, ou a punk, em 70,  todo mundo queria ser uma banda, ter um sonho. Sonhar é mais importante, não esse tipo de realidade. Os sonhos são mais importantes que a realidade. 


THE KILLS EM SÃO PAULO
Onde: Beco 203 (Rua Augusta, 609 - Consolação. São Paulo. Tel.: 0/xx/11 2339-0351)
Quando: 26 e 27 de outubro
Quanto: R$150 (inteira) e R$75 (meia). Os ingressos para o dia 26 estão esgotados.

THE KILLS NO RIO DE JANEIRO
Onde: Circo Voador (Rua dos Arcos, s/n, Lapa)
Quando: 28 de outubro
Quanto: R$ 80 (com 1kg de alimento não perecível ou e-flyer)