Herdeiros do Fundo de Quintal, grupo Bom Gosto faz sucesso entre pagodeiros com mistura de ritmos
Apenas um mês e meio depois de colocar nas lojas o disco "Deixa Eu Cantar meu Samba" , o grupo Bom Gosto já é o mais ouvido nas rádios brasileiras com a música “A Casa Caiu”. Apadrinhados pelo grupo Fundo de Quintal, os meninos do Rio de Janeiro explicam que parte do sucesso está na forma como renovam o samba. “Queremos que enxerguem o Bom Gosto além do samba”, defende o vocalista Fábio Beça, sobre a mistura de funk, rap e MPB que injetam em seu samba e pagode.
A partir de regravações de Jorge Ben Jor (Fio Maravilha), Ultraje a Rigor (Nós Vamos Invadir sua Praia), Legião Urbana (Pais e Filhos), o terceiro trabalho do grupo tenta alcançar todos os tipos de públicos e de todas as idades.
Mas, ao mesmo tempo, os músicos apostaram na influência dos bambas Arlindo Cruz e Jorge Aragão na gravação do DVD, que aconteceu no espaço Ação da Cidadania no Rio de Janeiro. “Fundo de Quintal, Arlindo Cruz e Jorge Aragão tiveram total influência em tudo o que é samba até hoje. Pensamos em nos tornarmos músicos por causa deles”, conta Beça.
Além da mistura de ritmos, o Bom Gosto também investe em letras mais diretas e repetitivas. Como é o caso do próximo single, "Contando Formigas". “Uma música com um refrão fácil para que qualquer um possa cantar e cair no samba”, diz o vocalista, que descarta o rótulo de “pagode universitário” para o Bom Gosto.
Gravação do DVD
Além do show ao vivo, o DVD tem entrevistas exclusivas com os componentes do grupo e também o making off da “Feijoada no Cacique”, evento de roda de samba com feijoada que acontece na quadra Cacique de Ramos no Rio de Janeiro. Para Beça, mostrar como é o bastidor da tão consagrada feijoada foi uma escolha do próprio grupo para que todos os amantes da música conhecessem o “ritual”.
Fábio Beça conta que o grupo inteiro participou da escolha de todas as músicas para o CD/DVD, elaboração de cenário, composição de entrevistas e do making off. “Música não é só fazer música, temos todo um processo de criação e participação. Nós damos pitacos e acompanhamos de perto. Sempre tentamos chegar a um denominador comum, temos votações para decidir algo. É democracia”.
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