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Prestes a entrar em hiato, Black Eyed Peas encerra shows da primeira noite de SWU com show futurista

Fergie, do Black Eyed Peas, canta no encerramento do 1º dia de SWU - Ricardo Lima/UOL
Fergie, do Black Eyed Peas, canta no encerramento do 1º dia de SWU Imagem: Ricardo Lima/UOL

Do UOL, em Paulínia (SP)

12/11/2011 23h50Atualizada em 13/11/2011 13h16

Na reta final da atual turnê "The Beginning Massive Stadium Tour", que começou em junho e deve terminar em 23 de novembro em Miami, o Black Eyed Peas volta ao Brasil com ar de despedida. Prestes a entrar em (mais) um hiato, Fergie, Will.i.am, Apl.de.ap e Taboo trouxeram para o palco Energia do SWU o foco na pista de dança. Por volta das 23h30 deste sábado (12), acompanhados de uma banda de apoio, a faixa de abertura cumpria o papel pedindo para o público "vamos lá, mexa esse corpo" na dançante "Rock That Body".

O Black Eyed Peas ficou com a importante tarefa de encerrar os shows do primeiro dia do SWU 2011, que recebeu 60 mil pessoas, segundo a organização. O palco da banda é como um cenário de ficção científica hollywoodiana. O que não refletia brilho por si só, ganhava uma ajuda dos raios de LEDs que saiam em direção a multidão. Os trajes futurísticos dos integrantes pareciam fazer parte do cenário, assim como a plateia que levantava objetos de neon compartilhando com a cena.

Em um setlist relativamente curto para uma banda de encerramento, Fergie --a que melhor conseguiu levar uma carreira fora da banda-- cantou sozinha "Big Girls Don't Cry". Na sequência, Will.i.am assumiu as picapes para um DJ set. Na discotecagem, de cerca de 20 minutos, ele incluiu uma sessão de funk carioca com "Mais que nada", clássico de Jorge Ben Jor, e emendou uma colagem de sucessos de Michael Jackson, Red Hot Chilli Peppers e temas de dance music.

É essa metade do show que coloca cada um dos quatro integrantes em seus devidos lugares, sendo os de mais destaque para Fergie e Will.i.am. Ele é o dono da festa, mas é ela a grande estrela, enquanto Apl.de.ap e Taboo mantêm posições modestas. Fergie se diverte como símbolo sexual, rebola, destaca suas curvas e lembra que também tem um microfone para cantar --incluindo uma versão para "With or Without You", do U2.

Entre um hit e outro, o Black Eyed Peas deixou para o final o sucesso "Boom Boom Pow", emendado com o single "The Time (Dirty Bit)", com o sample do tema do filme "Dirty Dancing", "The Time Of My Life". "Esperamos que esse show fique gravado na memória de vocês, assim como ficará na nossa", disse Fergie. O megahit  obrigatório "I Gotta Feeling" deu os acordes finais no palco principal com o quarteto cantando que "esta é a noite, vamos viver ao máximo".

Primeiro dia
O primeiro dia do SWU 2011 começou antes da programação musical com o Fórum de Sustentabilidade e palestra de apresentação do músico Neil Young --que ganhou dos garotos do Projeto Guri um “parabéns para você” pelos 66 anos de idade que completou neste sábado.

Para o público da música, os portões foram abertos às 13h15, com mais de uma hora de atraso. Algumas pessoas que aguardavam na fila passaram mal por causa do calor e foram encaminhadas aos ambulatórios. Segundo a assessoria de imprensa do evento, o atraso se deu por conta dos policiais que estavam fazendo vistoria no local.

A programação musical começou por volta das 14h na tenda eletrônica com DJ set do Database ainda para um público pequeno. Enquanto isso, os paulistanos da banda Cruz misturavam seu grunge à versão do reggae “I Shot The Sheriff”, de Bob Marley.  No palco principal, Emicida relembrou clássicos do rap com homenagens a Thaíde, Xis, Sabotage e Racionais MCs.

O californiano Michael Franti subiu ao palco Energia com uma missão: refrescar com seu som praiano a plateia que enfrentava o sol até então forte que fazia durante a tarde em Paulínia. Com os pés descalços, costume que mantém há 11 anos, Franti começou o show com "Everyone Deserves Music" e trouxe ao festival sua música influenciada por gêneros como rap, reggae, soul e folk e seu discurso focado na paz e na justiça.

O Soja levou seu reggae ao palco Consciência. Enquanto eles tocavam, uma forte ventania derrubou o fundo do palco, e a banda se apresentou à frente de um grande pano branco que estava atrás de seu cenário, aparentemente montado para o show de Kanye West. Marcelo D2 entrou na sequência se apresentando com mensagens pela legalização da maconha e fez um apanhado de sua carreira com hits. Damian Marley animou o público com hits de seu pai, Bob, e seus dreads enormes.

Figura curiosa, Snoop Dogg fez uma entrada imponente ao som de um excerto da ópera "Carmina Burana", de Carl Orff, e saiu de cena sambando ao som do hit do pagode "Minha Fantasia", do Só Pra Contrariar, em um dos shows mais cheios deste sábado. Kanye West fez o show mais longo da noite, com duas horas de duração.

O primeiro de três dias do festival foi marcado pelo forte calor que castigou a região de Paulínia durante a tarde. Em relação à edição anterior, este ano o festival apresenta melhoras na organização. Sem filas nas tendas de alimentação distribuídas por toda área do Parque Brasil 500, os frequentadores tiveram variadade de cardápio. O ponto negativo foram os preços abusivos: yakissoba, macarrão e risoto custavam R$ 15, enquanto que água, refrigerante e suco variam de R$ 5 a R$ 7. O estacionamento, que no início do dia custava R$ 50, a partir das 17h passou a cobrar R$ 100.
 
Nos ambulatórios, a maior parte das ocorrências eram casos de desidratação causados pelo forte sol que fez em Paulínia, em um evento que tinha o chão de asfalto com pouca área com sombra. As estruturas para cadeirantes montadas perto de cada palco acabaram servindo para muita gente de abrigo do sol.