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Representantes do rap brasileiro no SWU, Emicida relembra clássicos do gênero e Marcelo D2 luta pela legalização da maconha

Marcelo D2 é uma das atrações do primeiro dia (12) do SWU - Marcos Peron/UOL
Marcelo D2 é uma das atrações do primeiro dia (12) do SWU Imagem: Marcos Peron/UOL

Do UOL, em Paulínia (SP)

12/11/2011 19h31

O rap brasileiro foi representado neste sábado (12), primeiro de do festival SWU, por um paulista e um carioca: Emicida e Marcelo D2. Em horários diferentes, e apresentados por personagens do desenho Os Muppets, os dois foram as únicas atrações nacionais do dia nos palcos principais do evento, que acontece até dia segunda-feira (14) em Paulínia (SP).

Emicida abriu o primeiro dia de SWU pontualmente as 15h com "Só Mais Uma Noite", cantada ao lado do irmão Fióti. As poucas pessoas que já haviam chegado ao festival se reuniram em frente ao Palco Consciência sem medo do sol escaldante que batia no Parque Brasil 500 para prestigiar o rapper paulistano, animadamente dançando e colocando as mãos para o alto.

Acompanhado apenas do DJ Nyack e de seu elegante microfone retrô, ele fez uma versão de seus shows recentes, incluindo o hit "Rua Augusta" e covers de Thaíde, Xis, Sabotage e o clássico "Fim de Semana no Parque", dos Racionais MCs. O trecho de "Eu Só Quero É Ser Feliz" enlouqueceu o pouco público, que acompanhou o clássico do rap brasileiro em coro. Emicida improvisou rimas com o nome do festival e elogiou o interior de São Paulo, além de dizer ser uma honra tocar no mesmo evento que Marcelo D2.

Entre o samba e o hip-hop, Marcelo D2 fez um apanhado de sua carreira com hits como "A Procura da Batida Perfeita", "Mantenha o Respeito" e "Qual É?". O ex-Planet Hemp entrou em cena pouco depois das 18h com mensagens sobre legalização da maconha. "Eu nasci no subúrbio do Rio de Janeiro, lutamos pela legalização da maconha, pela liberdade de expressâo", disse ele.

"Meu nome é Marcelo Maldonado Gomes Peixoto, também conhecido como Marcelo D2, e estou no SWU para fazer barulho. Vocês estão prontos pro rolé?", perguntou o rapper, antes de tocar "Vai Vendo", chamando atenção da plateia que estava dispersa pelo local. Tentando driblar o forte vento, D2 apelou: "venta tanto que não escuto vocês, por isso cantem bem alto comigo".

Orgulhoso, o cantor recebeu ao palco seu filho Stephan Peixoto para dividir os versos de "Eu Já Sabia que Ia Terminar Assim". O vocalista da banda de reggae Ponto de Equilíbrio, Helinho Bentes, também deu uma palhinha na apresentação, que teve ainda participação de Renato venom. Em "Pode Acreditar", D2 lembrou Seu Jorge, com quem já cantou a música.

Em uma sessão de beatbox, o cantor Fernandinho incluiu em suas versões "Sunday Bloody Sunday", do U2, e "Sweet Dream", do Eurythmics, animando o público. Ao apresentar Jackson, antigo baixista do Planet Hemp, D2 identificou o músico aos gritos: "Senhoras e senhores, um dos maconheiros mais famosos do Brasil", disse ele, estiloso vestindo uma camisa florida e tênis vermelho.

D2 encerrou seu show ao som de "Qual É?", que trouxe de volta ao palco o rapper Emicida para uma apresentação final, que fez o público vibrar.

Reggae e som praiano
Antes de D2, o Soja levou seu reggae ao palco Consciência. Enquanto eles tocavam, uma forte ventania derrubou o fundo do palco, e a banda se apresentou à frente de um grande pano branco que estava atrás de seu cenário, aparentemente montado para o show de Kanye West.

Mais cedo, o californiano Michael Franti subiu ao palco Energia com uma missão: refrescar com seu som praiano a plateia que enfrentava o sol até então forte que fazia durante a tarde em Paulínia. Com os pés descalços, costume que mantém há 11 anos, Franti começou o show com "Everyone Deserves Music" e trouxe ao festival sua música influenciada por gêneros como rap, reggae, soul e folk e seu discurso focado na paz e na justiça.

Na sequência os palcos principais do SWU recebem Damian Marley, Snoop Dogg, Kanye West e, por fim, Black Eyed Peas, que encerra o primeiro dia de shows do SWU 2011.