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Duran Duran passeia por 30 anos de hits e emociona plateia do SWU

Mariana Tramontina

Do UOL, em Paulínia (SP)

13/11/2011 20h49

Trinta anos se passaram em 1h30 no show que o Duran Duran fez neste domingo (13) no palco principal do festival SWU, em Paulínia. Sucessos que permeiam a carreira do grupo inglês desde os anos 80 mostraram que são mesmo sobreviventes de um transatlântico pop. Mesmo visivelmente mais vazia do que no primeiro dia de festival, a plateia deste domingo fez com que a banda encontrasse fãs fieis em frente ao palco.

A banda divulga seu álbum mais recente, "All You Need is Now", lançado em dezembro de 2010, mas o show é impulsionado mesmo pelos hits, aqueles catapultados por videoclipes luxuosos e superproduzidos décadas atrás. As músicas se impõem pelos refrões grudentos e dançantes, que já residem numa certa zona de conforto.

A banda apresentou um desfile de hits, como a "Come Undone", "A View to a Kill" e sequência infalível com "The Chauffeur", "Ordinary World", "Notorious" e "Hungry Like the Wolf". O público tirou tudo de letra, às vezes com as mãos para cima, outras com os olhos fechados e lágrimas nos olhos. Das 14 músicas tocadas, o repertório dividiu espaço também com músicas novas que tentam equilibrar o triunfo do passado com as necessidades do mercado de hoje.

Sem Andy Taylor na guitarra --que pulou fora antes da gravação do álbum "Red Carpet Massacre", de 2007--, a formação do Duran Duran se mantém como aquela dos anos 80: Simon Lebon (vocal), Nick Rhodes (teclados), John Taylor (baixo) e Roger Taylor (bateria). Ao vivo, o quarteto vira octeto: conta com a ajuda de Dom Brown na guitarra, de Simon Willescroft no sax e da divertida Anna Ross nos vocais, além de uma percussionista.

É curioso ver o Duran Duran em ação. O impassível Nick Rhodes, quando muito, sorri. John Taylor há tempos perdeu a aura de galã. Roger Taylor mantém a cara de proletário. Simon Lebon está com alguns quilos a mais, mas segue carismático e sempre interagindo com o público.

Foi ele quem desceu do palco e, ao lado de um fã, disse que o ensinaria a cantar sua música. Em "The Reflex", já estava mergulhado em meio ao público. A música seguinte, "Girl Panic", o cantor ofereceu para os "garotos da plateia". Perto do encerramento do show, Simon desceu de novo e pediu para uma fã apresentá-lo. "Repita o que eu digo: o fantástico, sexy e maravilhoso Simon Le Bon".

No final do show, reservado para "Wild Boys" e Rio", Simon estava com uma bandeira do Brasil da seleção brasileira nas mãos. A banda quer ser moderna sem perder a dignidade, mas não consegue fugir do clichê.