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"Usuários de drogas devem ser respeitados", diz estudante que teve faca apreendida em camping no SWU

Acampados fazem protesto contra segurança do SWU e pedem liberação de maconha - Ricardo Lima/UOL
Acampados fazem protesto contra segurança do SWU e pedem liberação de maconha Imagem: Ricardo Lima/UOL

THAYS ALMENDRA

Do UOL, em Paulínia

13/11/2011 19h35

Após confusão no camping do SWU neste domingo (13), o estudante de direito Eduardo Barbosa Bonin, que teve uma faca de cozinha apreendida em sua barraca, disse que usou o utensílio para cortar sua comida e não entendeu o motivo da confusão. "O segurança disse:'Você está com uma faca, você está armado'. O cara mandou eu sair e queria revistar a barraca inteira, mexer nas minhas coisas todas, sem motivo nenhum".

Segundo o estudante, os outros campistas se manifestaram devido as revistas realizadas dentro das barracas, algo que indignou aqueles que portavam drogas. Para ele, quem usa deve ser respeitado: "Eu acho que é um evento como  outro de qualquer lugar do mundo, qualquer lugar vai ter esse tipo de coisa e acho que tem que ser respeitado. Os caras acham que todo mundo tem droga e querem invadir a barraca de qualquer um. Não é todo mundo que tá usando droga e se tiver portando também, ninguém quer desrespeitar ninguém."

VEJA O VÍDEO DA CONFUSÃO

Na ocasião, os acampados também aproveitaram para fazer um manifesto pela liberação da maconha. Segundo o dono da empresa Nossa Segurança, responsável pelo camping do SWU e identificado apenas como Almeida, é proibido ter faca de cozinha no acampamento.

Entenda o que ocorreu

O protesto, que durou cerca de 20 minutos, teve gritos de guerra com frases como "Ei polícia, maconha é uma delícia”. Um dos acampados, que não quis se identificar, reclamou que os seguranças estariam invadindo a privacidade das pessoas e que em um festival de música “é normal o consumo de drogas”.

Almeida garantiu para os presentes no protesto de que a revista nas barracas seria suspensa e que a vistoria, a partir de agora, será apenas preventiva para evitar brigas e em caso de emergências. Segundo Kaco Lopes, coordenador de produção do SWU, “os acampados sabem que as barracas podem ser revistadas e a vistoria vai continuar. O chefe de segurança falou isso em um momento de nervoso”.

Ainda de acordo com Kaco, as pessoas que aceitam comprar ingresso para o camping sabem que certos alimentos não podem entrar na barraca nem serem preparados lá. “A faca era proibida, eles sabiam disso. Todo mundo precisa saber as normas. Sobre as drogas, não tem nem o que falar porque é proibido”.