Trio de músicos brasileiros se une para gerar álbum filho único "Metá Metá"
A carreira musical de Juçara Marçal, Thiago França e Kiko Dinucci é feita de projetos paralelos. Eles não se limitam a uma única banda e nem a um único formato musical. Desse desprendimento, surgiu o “Metá Metá”, álbum filho único lançado neste ano e que vem acumulando elogios tanto do restrito círculo de críticos de música quanto de quem apenas curte ouvir um som bom, sem rótulos.
Juçara Marçal é a voz, Thiago França dá o fôlego no sax e Kiko Dinucci é responsável pelo violão e parte das composições. Apesar de ter sido lançado inicialmente apenas por download e depois no formato de CD, o “Metá Metá” tem um quê de LP por ser -- imaginariamente -- dividido em lado A e lado B. As primeiras músicas têm uma pegada sambinha MPB, com covers e predominância de voz, violão, sax e poesia. A segunda metade tem forte influência da música africana e do candomblé.
É com "Vale do Jucá" abre o disco e dá uma ideia do que é a primeira parte. A faixa termina com um sax que passa muito longe do jazz ou de Kenny G. “O comum é o sax ter aquela função básica de solo. Sempre me interessei em quebrar isso e fugir do óbvio, principalmente porque pouca gente tem se dedicado ao sax na música brasileira de fato”, afirma França.
Ao ouvir “Papel Sulfite”, é difícil não tentar cantar junto, mesmo sem saber a letra. “Não sei que bicho isso vai dar, mas peço, vamos lá, meu bem, experimente” é o que sugere a faixa. “Vias de Fato” é um sambinha que fala sobre solidão, mas também convida para dançar ao som do vocal dividido entre Juçara e Dinucci.
É com “Oranian” que o “Metá Metá” nos faz adentrar no mundo dos orixás e só sair dele quando o álbum acabar. O lado B do disco é uma espécie de continuação do “Padê”, álbum lançado em 2007 por Dinucci e Juçara. O violonista conta que os músicos que gravaram o “Padê” não poderiam acompanhá-los nos shows e ficou decidido que chamariam Thiago França para se apresentarem em trio.
“Não tinha nada a ver e ficou outro disco, mas dessa formação minimalista nasceu o “Metá Metá”. Isso há uns dois, três anos”, relembra Dinucci. Na época, os shows para apresentar o “Padê” ganhavam outras músicas, inéditas e moldadas pelo trio. Ao se darem conta de que a formação “deu liga”, eles decidiram gravar tudo em um álbum, batizando-o de “Metá Metá”.
O nome, segundo o grupo, significa “três” na língua iorubá. Desta forma, “Metá Metá” seria a síntese de três elementos em um. Essa síntese, apesar de ter “dado liga”, não terá um volume dois, segundo Dinucci. “O Metá Metá é esse momento. É uma fotografia daquele momento”, completa o violonista, afirmando que todos já tem projetos paralelos em andamento.
O trio já fez alguns shows em São Paulo para apresentar o “Metá Metá”, mas não tem nenhuma apresentação próxima confirmada. Enquanto a agenda não é atualizada, dá para baixar o disco gratuitamente ou comprar o CD pela internet.
Para baixar o álbum, acesse: http://www.kikodinucci.com.br
Para comprar o CD, acesse: http://desmonta.com/loja-virtual
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