"Foi burrice nossa ter parado por tanto tempo", diz Paulo Ricardo sobre RPM
![RPM em show da turnê "Elektra" em São Paulo, no Credicard Hall (20/5/2011) - Roberto Setton/UOL](https://m.i.uol.com.br/musica/2011/05/21/rpm-faz-lancamento-da-turne-elektra-com-show-em-sao-paulo-no-credicard-hall-na-noite-desta-sexta-feira-2052011-1306009440039_615x300.jpg)
"Chegou a hora de assumir a vocação dançante do RPM", resume Paulo Ricardo em coletiva de imprensa do lançamento do novo álbum do RPM nesta quinta-feira (24), em São Paulo. O CD duplo "Elektra" é o primeiro álbum de estúdio com a formação clássica da banda em 23 anos, e traz um RPM explorando mais a música eletrônica -- com direito a um disco de remixes violtados para as pistas de dança.
O tempo sem compor junto não afetou a química da banda nem a parceria criativa entre o vocalista e baixista Paulo Ricardo e o tecladista Luiz Schiavon. "É lindo e inexplicável essa coisa que tenho com o Schiavon, já foi até motivo de choradeira. Tocar e compor com o RPM é um privilégio, foi muita burrice nossa ter parado por tanto tempo", lamenta Paulo Ricardo.
A volta do RPM começou em 2002, com a gravação de um CD e DVD ao vivo pela MTV, mas pouco depois a banda se separou novamente. "Combinamos que só voltaríamos se fosse com trabalho novo. Vamos tocar 'Olhar 43' e 'Rádio Pirata' para sempre, mas precisávamos de renovação", diz Paulo Ricardo.
Mas, para os integrantes, a sonoridade eletrônica não é uma mudança. "Não estamos numa seara nova, estamos explorando com mais recursos coisas que já tínhamos, usando elementos eletrônicos com outras tecnologias", explica Schiavon. Paulo Ricardo garante que a única coisa que os fãs de rock vão estranhar são os remixes, "voltados para as pistas de dança e rádio", o que considera uma tendência dos dias atuais. "Hoje em dia você ouve uma música da Madonna, Lady Gaga e não sabe se é o remix, o original".
As letras trazem alguma crítica, mas são as inquietações de Paulo Ricardo -- ou seus amores, como "Deusa das Águas", dedicada à mulher Gabriela Verdeja -- a maior inspiração. "Existe uma cobrança por letras 'políticas' do RPM, mas naquela época estávamos saindo de uma ditadura, hoje em dia o foco é outro, as questões são mais internas. Acho muito indelicado atacar um governo com 80% de aprovação", desabafa o vocalista.
O RPM volta a trazer a turnê de "Elektra" a São Paulo, no Citibank Hall, em 30 de novembro. O CD duplo chegou às lojas em 20 de novembro.
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