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Cantora brasileira sucesso na Europa, Dillon faz música pop e sombria em seu disco de estreia, "This Silence Kills"

A cantora brasileira Dillon lança seu álbum de estreia, "This Silence Kills" - Reprodução
A cantora brasileira Dillon lança seu álbum de estreia, "This Silence Kills" Imagem: Reprodução

MARCUS VINÍCIUS BRASIL

Editor-assistente de UOL Entretenimento

02/12/2011 14h00

A voz extremamente tímida ao telefone pouco lembra os timbres bonitos e cheios que se ouvem nas músicas da cantora brasileira, radicada na Alemanha, Dillon. Aos 23 anos (18 passados na Europa), a paulistana acaba de lançar seu álbum de estreia, “This Silence Kills”, pelo prestigioso selo alemão BPitch Control, especializado em tecno.

Mas suas composições passam longe da música gélida feita para pistas de danças; elas soam intimistas, obscuras, românticas – e pop.

“Comecei a tocar piano e compor aos 18 anos. Eu era muito isolada, totalmente desconectada. Na época, havia cortado pessoas da minha vida e queria criar um novo ambiente para mim. Fazer música me deu companhia, era como estar num quarto cheio de pessoas”, diz a cantora. “Apesar de não estar me sentindo muito melhor hoje, isso ajuda a organizar meus pensamentos.”

Idioma secreto
Nascida Dominique Dillon de Byington, ela escreve e canta em inglês. Fala português, mas com sotaque carregado. Diz que não consegue se expressar plenamente na língua. “O português é como um idioma secreto entre mim e minha mãe. Sinto-me vulnerável.” Toda sua família ainda mora em São Paulo, e ela vive em Berlim com amigos.

“This Silence Kills” tem 12 faixas, entre elas as ótimas “From One to Six Hundred Kilometers” e “Thirteen Thirtyfive” – essa última, em especial, faz sucesso em sites especializados em música alternativa. Dillon diz que seus versos falam de “duas pessoas que procuram um espaço, um balanço; é uma história de amor”.

  • Dillon toca piano e teclado em seus shows

São baladas sombrias compostas sobre belas frases de piano e construídas em torno de longas pausas e momentos de puro silêncio.

Mas a brasileira não se considera uma pessoa obscura. Não completamente, pelo menos. “É um lado meu, com certeza. Mas não me sinto assim o tempo todo… É um lado negro. Não sou uma pessoa deprimida”, diz. Entre suas influências, cita música eletrônica alemã, como da produtora berlinense Ellen Allien (dona do BPitch Control). Entre os brasileiros, diz gostar de Elis Regina e Caetano Veloso.

Às vésperas de começar uma turnê pela Alemanha e pela Suíça, Dillon passa o tempo que tem ensaiando para os próximos shows. No palco, além de cantar, tocará piano, teclados e bateria eletrônica junto a um produtor, que a ajudou a compor as bases instrumentais do álbum.

“Tenho 12 shows marcados até o fim do ano, e adoraria tocar no Brasil. Quem sabe, passando essas apresentações na Europa. Seria ótimo.”