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Com New Order e Swedish House Mafia, Ultra Music Festival confirma seu posto de grande festival eletrônico em São Paulo

New Order faz o show mais aguardado da edição 2011 do Ultra Music Festival, que acontece no Anhembi em São Paulo (03/12/2011) - Reinaldo Canato/UOL
New Order faz o show mais aguardado da edição 2011 do Ultra Music Festival, que acontece no Anhembi em São Paulo (03/12/2011) Imagem: Reinaldo Canato/UOL

ESTEFANI MEDEIROS

Em São Paulo

04/12/2011 12h20

Neste sábado (3), a Arena Anhembi recebeu o festival de música eletrônica Ultra Music Festival. Pela segunda vez no país, o UMF apresentou um line-up eclético, com DJ`s e produtores que foram do eletrônico ao rock clássico e pesado.

Quem abriu a programação do dia foram os brasileiros Rodrigo Arjonas no palco principal e a banda Copacabana Club, no Arena. Conhecido pelas badaladas edições em Miami, onde foi criado, as apostas do Ultra deste ano ficaram por conta da banda oitentista New Order, do supergrupo europeu Swedish House Mafia, e DJ`s e seus projetos paralelos como Diplo e Major Lazer e Soulwax e 2ManyDJs.

Em 2010, o festival trouxe para São Paulo o trio Moby, Fatboy Slim e Carl Cox, reunindo cerca de 20 mil pessoas na Chácara do Jockey.

Preços e serviços

Os portões abriram por volta das 14h com trânsito tranquilo nos arredores do Sambódromo. Ao entrar no festival, o impacto visual chamava a atenção. Uma novidade desta edição foram os números de malabarismo, pirotecnia e dançarinas a dez metros de altura, clima que remetia às tradicionais festas de Ibiza, na Espanha.

Os preços não causaram surpresas, muito próximos ao que se vê em baladas do gênero. Uma garrafa de água custava R$4, cerveja R$6 e o copo de vodka com energético R$30, um dos preços mais "salgados" do evento.

Atrações

Para os fãs de rock, a sequência Mixhell, Soulwax e New Order foram um prato cheio. O Mixhell apresentou seu tradicional live com Iggor Cavalera (ex-Sepultura) na bateria e sua mulher, Laima Leyton, nas picapes. Em seguida, o Soulwax - projeto dos irmãos Dewaele - apresentou um set que incluiu músicas de seu primeiro álbum "Leave the Story Untold",  1996, e outras inéditas. Grandes sintetizadores (por vezes ensurdecedores) tomaram conta do palco, mas o público não respondeu à altura. Como dito pelos próprios membros da banda durante o show, estavam ali "apenas para abrir para o New Order".

Transportando todos para os anos 80 e 90, o New Order apresentou alguns de seus hits de pista voltados para o rock dançante, como "Blue Monday" e "Bizarre Love Triangle". Mas não foi a atração mais comemorada da noite, posto prontamente ocupado pelo DJ set do Swedish House Mafia, formado pelos produtores Sebastian Ingrosso, Axwell e Steve Angello. O show do trio europeu confirmou sua posição de headliner do evento: foi um dos mais longos da noite e o mais comemorado pelo público. Remixes de Adele, Daft Punk e REM, somados a seus hits comerciais conquistaram a pista. Depois da apresentação, um enorme pato inflável anunciou a entrada da dupla Duck Sauce, formada por Armand Van Helden e A-Trak.

Na pista destinada às sonoridades alternativas, o produtor Nero foi o responsável por introduzir o dubstep ao grande público brasileiro. Caracterizado pelo uso de graves intensos,  o gênero está em alta nos Estados Unidos e foi abraçado por grandes artistas pop como Britney Spears e Christina Aguilera. Por aqui, o estilo dividiu opiniões, provocando um misto de estranhamento e euforia entre os presentes na apresentação.

O festival foi encerrado com a aguardada apresentação do duo 2ManyDjs. A dupla abriu a apresentação sintonizando uma rádio (eles também são conhecidos pelo trabalho com a rádio Soulwax) e encarou uma das pistas mais cheias e animadas de todo o festival. Confirmando suas raízes roqueiras, dispararam remixes de Blur, Nirvana, Gun's Roses e até da brasileira Sepultura. Fato curioso: os ingleses, vestidos de terno e gravata, se renderam à música nacional e inesperadamente tocaram até funk carioca. Resultado: agradou com um encerramento para todos os gostos.

Reunindo uma grande variedade de tribos e gêneros, neste ano o Ultra Music Festival mostrou que continua com fôlego para se manter como referência nacional de festivais eletrônicos.