Em véspera de feriado, Fatboy Slim remixa clássicos do funk carioca e toca até o amanhecer no Rio

O evento estava marcado para as 22h, os portões foram abertos quase meia-noite e a estrela da noite entrou no palco às 2h45 desta sexta-feira (20). Cerca de 5.000 pessoas encheram o Riocentro, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e se aqueceram para receber Fatboy Slim em um show de duas horas de duração. O DJ inglês foi apresentado com uma introdução nos telões do produtor de house Roland Clark, que o definiu como o "quinto elemento" e uma supernova, entre outros predicativos.

 

Norman Cook, o verdadeiro nome de Fatboy Slim, manteve a temperatura do público começando os trabalhos com um de seus maiores sucessos, "Praise You", do álbum "You've Come a Long Way, Baby" (1999). Logo depois veio o remix de "Put Your Hands Up for Detroit", de Fedde Le Grand, que colocou a plateia para atender prontamente ao chamado da letra. 

 

A multidão também respondeu bem aos principais sucessos autorais de Fatboy Slim, como "Right Here, Right Now" e "Star 69", ambas de "Halfway Between the Gutter and the Stars" (2000). Entre os hits que ficaram de fora, "The Rockafeller Skank", que só figurou como sample em alguns momentos do show, e "Weapon of Choice" fizeram falta.

 

O DJ ainda tinha na manga o trunfo de saber trabalhar com um punhado de remixes de sucessos de outros artistas. Assim como dialoga com vários estilos da música eletrônica em suas composições e mixagens, ele também passeia por diversas vertentes da música pop. Em um dos momentos do show, o tema oitentista de "Bette Davis Eyes", de Kim Carnes, foi sampleado pouco antes de uma versão "California Love", de Dr. Dre. Ao longo da noite ainda houve menções a "Show me Love", de Robin S, "Bohemian Rapsody", do Queen, e "Rollin' in the Deep", de Adele.

 

Se em suas primeiras apresentações no Brasil seu set já era recheado de referências à nossa música, com o passar dos anos Fatboy Slim foi atualizando o repertório e dessa vez incluiu alusões mais específicas ao Rio. Bolas amarelas com o desenho do "smile" sobre dois ossos cruzados, em uma versão avessa ao símbolo do veneno, sobrevoaram a plateia quando o DJ remixou o clássico do funk carioca "Rap das Armas", de Cidinho e Doca, sucesso da década de 1990, e "Surra de Bunda", das Tequileiras. As baterias das escolas de samba não ficaram de fora e compuseram um "pancadão" remixado com alguns samples de levadas características dos sambas-enredo atuais. 

 

Ao contrário de algumas apresentações no Brasil, em que se arriscava a falar algumas expressões de português para se comunicar com a multidão ou as mostrava escritas em um papel, dessa vez Fatboy Slim preferiu apenas demonstrar sua animação dançando e pulando muito no palco, em resposta à receptividade do público. Algumas vezes ele tocou para si mesmo as ensurdecedoras buzinas náuticas, que em meio ao barulho da noite não podiam ser ouvidas. 

 

E para manter a simpatia no encerramento da apresentação não deixou de vestir a manjada camisa verde e amarela da seleção. O set de encerramento incluiu "Put Your Hands Up For Brazil", inspirada na quase homônima música de Fedde Le Grand tocada no início do show, e "Praise You" novamente. O público cantou junto, enquanto a imagem no telão mostrava o gordinho da capa de "You've Come a Long Way, Baby" sentado em um divã rosa, coberto apenas por um pano dourado na altura da cintura.

 

O evento contou ainda com os DJs Leo Janeiro e Rodrigo Ferrari, que abriram a noite, e Felguk e Flow & Zeo, escalados para subir ao palco depois de Fatboy Slim. O DJ inglês deixou a maioria do público ainda no ponto para aproveitar o resto da festa, já no amanhecer da sexta-feira de feriado no Rio de Janeiro. 

 

Nesta sexta, Fatboy Slim se apresenta em Brasília, e depois segue para Florianópolis (21), São Paulo (24), Campo Grande (27) e Belo Horizonte (28).