Show de Madonna no Super Bowl mostra que sua próxima inspiração será o Carnaval
Quando Madonna esteve no Brasil em 2009, reuniu-se com o empresário Eike Batista e chorou ao receber um cheque de US$ 7 milhões. O dinheiro supostamente seria aplicado em obras sociais que, até hoje, não se sabe bem o que são. Em fevereiro seguinte, de volta ao Brasil, Madonna levou algo mais, além de dinheiro, especialmente de sua visita à Marquês de Sapucaí, como se pôde constatar durante sua entrada no show do intervalo do Super Bowl, a final do futebol americano, neste último domingo (5).
Representando uma cena de Cleópatra, Madonna surge em um carro alegórico decorado à frente com asas gigantes, puxado por um exército de centuriões. Ela entra cantando “Vogue” em um palco todo formado de telões de LED, montado em pouco mais de cinco minutos como se fosse um quebra-cabeças.
Não foi só isso: logo após a apresentação de “Give Me All Your Lovin´”, seu novo single lançado há dois dias e que foi rapidamente parar no topo da parada da loja do iTunes em cerca de 50 países, entrou uma banda marcial, com movimentos similares aos das baterias de escola de samba. Enquanto isso, a popstar e o cantor Cee Lo Green, do hit “Fuck You”, entoavam trechos dos sucessos “Open Your Heart” e "Express Yourself" da própria Madonna.
Durante os 12 minutos da apresentação, a entrada e saída dos figurantes, a movimentação no palco, enfim, quase tudo nos remetia às entradas da bateria no recuo, ao balé simetricamente coreografado das alas e até os artistas do Cirque de Soleil estavam lá, lembrando as nossas comissões de frente cheias de bailarinos e acrobatas. Não que esse tipo de expediente não seja comum à performances da cantora, mas a poética do Carnaval estava presente nas minúncias do balé e na grandiosidade do espetáculo.
Portanto, não será surpresa se a turnê da cantora que acontecerá neste ano, e que deve passar pelo Brasil em dezembro, levar essa inspiração a níveis superlativos de produção e tecnologia, como mostrou o palco do Super Bowl. Madonna não faz nada de graça. Sempre que lança um disco e se prepara para uma turnê, ela vai à TV, faz apresentações curtas, testa números, coreografias, remixes e quase sempre aproveita tudo em suas milionárias tours. Foi assim com "Hung Up", com "Express Yourself", com "Music", com "4 Minutes". O Super Bowl pode ter sido o laboratório da turnê.
Apuro técnico à parte, o ponto alto da apresentação foi mesmo “Like a Prayer”, em que Cee Lo Green fez os vocais acompanhado de um coral gospel enquanto Madonna parou de pular e resolveu cantar de verdade. Em algumas partes coreografadas, a popstar parecia um tempo atrás da música. Em outros trechos, como bem disse Elton John, o playback cantava mais alto. Mesmo assim, não se pode dizer que a performance não tenha sido arrebatadora, grandiosa e eletrizante, bem mais que o jogo em si, que de tantos intervalos chega a dar sono.
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