"Sou sortudo de tocar com artistas brasileiros", diz cantor do Super Furry Animals que se apresentará com John Ulhôa do Pato Fu
Mais conhecido pelo trabalho à frente do Super Furry Animals, Gruff Rhys tem uma lista admirável de colaborações no currículo: de um disco com o músico gaúcho Tony da Gatorra a uma participação no disco mais recente do Gorillaz (a banda virtual de Damon Albarn), passando pelo Neon Neon (seu projeto com o produtor de hip-hop Boom Bip). Em março, o músico galês estreia uma nova parceria no Brasil: ele se apresenta com John Ulhôa, do Pato Fu, no projeto Tête-à-Tête, que promove encontros de artistas brasileiros e estrangeiros.
O show, com participação de Fernanda Takai, acontece no Studio SP, em São Paulo, em 7 de março. No dia seguinte, Gruff Rhys faz apresentação solo no mesmo local, e em 10 de março ele toca em Curitiba, no The Peppers Bar. Os shows solo fazem parte da turnê de "Hotel Shampoo", terceiro álbum do cantor.
Em entrevista ao UOL, Gruff Rhys deu detalhes sobre o show com John Ulhôa, falou sobre a parceria com Tony da Gatorra e sobre o futuro do Super Furry Animals.
UOL - Você já conhecia o John Ulhôa e o Pato Fu?
Gruff Rhys - Eu conheci John há dez anos, quando eles [Pato Fu] estavam mixando um álbum em Londres. Eu estava gravando no mesmo estúdio. Então os conheço há muito tempo. Nós dois estamos fazendo música por muito tempo, achei que pudesse ser algo legal para se fazer [tocar juntos]. Então foi uma boa surpresa.
UOL - Como vai ser o show?
Gruff Rhys - Fomos convidados a tocar por meia hora cada. Talvez eu toque as minhas músicas por meia hora, John toque as músicas dele por mais meia hora e talvez meia hora toquemos coisas que fizemos juntos, alguns covers. Então acho que vamos tocar por 1h30.
UOL - Em 2010 você lançou "The Terror of Cosmic Loneliness" com Tony da Gatorra. Como surgiu essa parceria?
Gruff Rhys - Em 2007 eu fui convidado para um festival, e eles perguntaram se eu tinha interesse em trabalhar com alguém do Brasil. Eu era um grande fã do Tony da Gatorra, porque o Super Furry Animals tinha ido no Brasil algumas vezes e eu conhecia a música dele. Então cheguei em São Paulo e ensaiamos para um show, talvez por três ou quatro dias, e no último dia gravamos o ensaio. Foi incrível porque nós realmente nos comunicamos pela música. Foi uma rara e poderosa experiência para mim tocar com Tony. Eventualmente eu ouço essas fitas. Alguns anos depois, em 2010, eu lancei a fita que nós gravamos. Tony veio ao Reino Unido e fizemos alguns shows juntos. Foram apresentações muito especiais. Fizemos dois shows na minha cidade natal, Cardiff, acho que Tony tem muitos fãs por lá.
UOL - E você tem uma gatorra?
Gruff Rhys - Não. Acho que Tony é o mestre da gatorra, então seria um erro se eu tentasse tocar a gatorra.
UOL - Tem algum outro artista brasileiro que você gostaria de trabalhar?
Gruff Rhys - Eu fui muito sortudo de poder tocar com artistas brasileiros. Isso tudo é muito inesperado para mim, porque eu vim do País de Gales, sabe? Eu vim das montanhas. Quando eu era pequeno eu não esperava ir ao Brasil ou fazer música com brasileiros, então tem sido tudo muito inesperado para mim.
UOL - "Hotel Shampoo" parece ser um álbum sobre um coração partido. O disco foi inspirado em uma pessoa ou é baseado em diversas lembranças?
Gruff Rhys - É uma mistura de várias lembranças, e às vezes são várias memórias em uma mesma canção. Às vezes quando você compõe, começa pela sua experiência, e então a música vai se transformando em algo completamente imaginativo. Há elementos de experiência, mas fico feliz de criar músicas que são imaginativas. Algumas pessoas fazem álbuns baseados em um coração partido ou a crise de meia idade, então é uma mistura de experiências e cenários imaginados.
UOL - E o Super Furry Animals, tem planos de lançar um novo disco em breve?
Gruff Rhys - Não temos planos para gravar. Temos planos para fazer algumas coisas juntos. Cian [Ciaran], da banda, vai lançar seu primeiro álbum solo em maio, acho que no dia 1º. Ele vai lançar um álbum de baladas de piano, mas ele é um pianista, então está ótimo. Huw [Bunford], o guitarrista, está quase terminando seu primeiro álbum solo também, então acho que vamos lançar muitos discos solo por enquanto. Gravamos nove discos até agora [com a banda], então acho que em algum momento teremos que gravar o décimo.
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