Em show no Rio, Morrissey pede boicote ao príncipe Harry, entre clássicos dos Smiths e de sua carreira solo
Em sua apresentação no Rio de Janeiro, o músico inglês Morrissey, 52 anos, pediu aos brasileiros para boicotarem o príncipe Harry, que está em visita oficial ao Brasil em campanha para promover a cultura e os negócios britânicos. “Como vocês sabem, o príncipe Harry está no Rio hoje. Ele veio pegar seu dinheiro. Por favor, não o dêem para ele", disse Morrissey, antes de entoar a canção “Meat is Murder”.
Morrissey canta "There´s a Light That ..."
O ex-vocalista do The Smiths e ícone para uma geração que viveu e/ou cultua os anos 80 voltou ao Rio de Janeiro para um show na Fundição Progresso, nesta sexta (9), depois um hiato de 12 anos. A americana Kristeen Young abriu a noite. Ela tocou por meia hora e foi recebida com apatia pelo público de cerca de 6 mil pessoas.
Com as unhas pintadas de amarelo e camisa aberta na altura do peito, Morrissey subiu ao palco sem atrasos por volta da meia-noite e apresentou, durante cerca de uma hora e meia, a mesma lista de músicas tocadas em Belo Horizonte, na última quarta-feira. Desta vez, no lugar de camisetas com palavras de ordem, a banda que o acompanhou vestia só cuecas, e um dos músicos estava travestido. Ao apresentá-la, o cantor brincou: "os encontrei hoje em uma praia de nudistas."
A primeira canção do set, "First Of The Gang To Die", do álbum “You are the Quarry” (2004), foi recebida com entusiasmo pelo público e cantada em coro. Em seguida, entoou “You Have Killed Me” e “Black Cloud”, até saudar os presentes pela primeira vez na noite: “Boa noite, Rio, esta noite será incrível!.”
Demonstrando estar bem à vontade, o cantor se movimentou por todo o palco, distribuiu cumprimentos e trocou de camisa quatro vezes –uma delas foi atirada para a plateia. Ao introduzir "I Will See You In Far-Off Places", o inglês comentou que deu uma volta pela cidade e viu muitas pessoas bonitas, "de todos os três sexos", uma menção a gêneros fora o masculino e o feminino.
Da metade para o final do show, uma sequência de clássicos dos Smiths fez a plateia juntar-se em coro ao cantor, a partir de "Meat is Murder": "I Know It's Over", "There Is A Light That Never Goes Out" (que terminou com o seguinte comentário do cantor: "Eu poderia morrer agora"), "Please, Please, Please Let Me Get What I Want" e "How Soon is Now". O show foi encerrado com "One Day Goodbye Will Be Farewell", do último trabalho do cantor, "Years Of Refusal" (2009).
O músico Dado Villa-Lobos, 46, que assistia pela primeira vez a um show do ex-Smiths, disse que queria ouvi-lo cantar alguns clássicos da banda, como "Meat is Murder”, cuja letra é um manifesto contra o consumo de carne. "Espero que o cheiro do churrasquinho não atrapalhe o show", brincou o ex-Legião Urbana, com o fato de Morrissey ser vegetariano e o local da apresentação, na Lapa (centro do Rio), ser rodeado por barraquinhas que vendem churrasquinho.
Abertura com "First Of The Gang To Die"
Já para o engenheiro Sergio Leandro, 39, que em 2000 viu a primeira apresentação do músico no Brasil, fez falta uma música “mais contundente” para o encerrar a noite. “Poderia ter tocado “Irish Blood, English Heart”, já que criticou o príncipe Harry e a monarquia inglesa”.
A turnê sul-americana já passou por Argentina, Chile e Belo Horizonte e segue agora para São Paulo, onde o cantor se apresenta no domingo, com ingressos já esgotados. Depois, vai para o Peru e para a Colômbia. O cantor ainda tem datas marcadas para shows no Japão, Coreia, Cingapura, Indonésia, Filipinas e EUA.
Veja abaixo o set list da apresentação no Rio
"First Of The Gang To Die"
"You Have Killed Me"
"Black Cloud"
"When Last I Spoke To Carol"
"Alma Matters
"Still Ill"
"Everyday Is Like Sunday"
"Speedway"
"You're The One For Me, Fatty"
"I Will See You In Far-Off Places"
"Meat is Murder"
"Ouija Board, Ouija Board"
"I Know It's Over"
"Let Me Kiss You"
"There Is A Light That Never Goes Out"
"I'm Throwing My Arms Around Paris"
"Please, Please, Please Let Me Get What I Want"
"How Soon is Now"
"One Day Goodbye Will Be Farewell"
14 Comentários
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Em relação ao First Of The Gang To Die, péssima edição.
Vários monarquistas se manifestando, rs... Apesar de qualquer monarquia hoje em dia, tirando as do oriente médio, serem politicamente impotentes, não tem o menor sentido sua existência. É uma coisa da idade média e deveria ter ficado naquele período negro. A França degolou sua família real inteira na revolução francesa e hoje é o país que mais recebe turistas estrangeiros do mundo, portanto dizer que monarquia atrai turista não cola.