"Back2Black vai beneficiar comunidades estrangeiras da Europa", diz Gilberto Gil

A primeira edição internacional do festival Back2Black, que ocorrerá nos dias 29 de junho e 1 de julho em Londres, vai beneficiar as comunidades estrangeiras que vivem na Europa, disse nesta quarta-feira (14) Gilberto Gil, embaixador do evento. O Back2Black, que celebra a diversidade da cultura negra, fará parte da Olimpíada Cultural que ocorrerá antes dos Jogos Olímpicos de 2012.

“Vemos uma onda de xenofobia na Europa com posicionamentos cada vez mais endurecidos contra a imigração, com uma população estrangeira já considerável vivendo em bairros fechados” disse Gil. “Sem dúvida esses enclaves da África e enclaves da América, inclusive brasileiros, se beneficiam com iniciativas como esa.”

As edições nacionais do Back2Black aconteceram na Estação Leopoldina no Rio de Janeiro e os organizadores buscaram um espaço semelhante na edição londrina. A versão européia da festa será no Old Billingsgate, um antigo mercado de peixes de 1850 localizado à beira do rio Tâmisa. “Assim como a Leopoldina era um encontro entre as zonas norte e sul do Rio, o novo espaço fica na junção de diferentes comunidades,” contou a diretora artística Bia Lessa.

"Os shows serão divididos em quatro espaços," explicou a diretora geral do Back2Black Connie Lopes. "Um palco compacto será reservado aos artistas mais novos, um maior para os mais consagrados, um espaço no subsolo será mais 'urbano', voltado estilos como eletrônico e hip hop, e também haverá um palco acústico". Os organizadores mantém mistério sobre se a programação do Back2Black de Londres dá dicas do que os brasileiros podem encontrar na edição brasileira que ocorrerá em agosto deste ano. “Alguns nomes podem estar [nos dois eventos], mas vamos terminar esse antes de pensar no próximo,” falou Connie Lopes.

Gilberto Gil diz que sempre houve uma abertura e aceitação internacional da música brasileira, mas que a edição internacional do Back2Black é uma oportunidade de continuar divulgando diferentes gêneros nacionais. “Há uns cinco anos eu fui a um festival da Finlândia que tinha o funk carioca como uma das atrações principais,” lembra Gil. “Algo que mal era percebido por nós mesmos já estava estabelecido e fazendo sucesso no exterior”. Além dos shows musicais, o Back2Black trará palestras e intervenções artísticas.