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Festivais investem no dubstep; Skrillex, destaque do gênero, toca no Lollapalooza

Skrillex ganha prêmio de melhor álbum de música eletrônica de 2011 no Grammy (6/4/2012) - REUTERS/Mario Anzuoni
Skrillex ganha prêmio de melhor álbum de música eletrônica de 2011 no Grammy (6/4/2012) Imagem: REUTERS/Mario Anzuoni

Estefani Medeiros

Do UOL, em São Paulo

06/04/2012 17h55

O rapaz da imagem acima, tatuado, cabeça (meio) raspada e óculos de acetato, poderia ser confundido com o vocalista de alguma banda de nu-metal. Mas seu instrumento não é a guitarra. Esse jovem produtor americano atende pelo codinome Skrillex, e vem conquistando público e crítica dos Estados Unidos com sua música feita no computador: uma mistura de dubstep, metalcore e eletrônica. 

Batizado Sonny John Moore, o artista de 24 anos desembarca no Brasil para show neste domingo (8), no festival Lollapalooza, em São Paulo. Junto como ele, outros artistas que produzem dubstep (e versões), como James Blake e Skream, chegam ao país, escalados para se apresentar no festival Sónar, na segunda semana de maio. 

A convite do UOL, o DJ e produtor brasileiro de dubstep Bruno Belluomini e o curador do Sónar São Paulo, Chico Dub, explicaram o que é o ritmo e porque ele está tão em alta entre os jovens com o surgimento do fenômeno Skrillex. "Nos Estados Unidos, o dubstep é o novo metal, cada vez mais pesado. O baixo é tão grave que tem quase o efeito de uma guitarra para a molecada americana. Skrillex era emo. Lá, dubstep é som de moleque que procura a urgência do heavy [metal]”, explica Chico. 

Belluomini diz que hoje é difícil definir o estilo, já que são muitas as vertentes e influências que sofreu na última década, mas dá a sua dica para as pessoas que querem entender do se trata. "Se você sentir o grave fazendo o estômago revirar, isso é dubstep. Os graves são sua principal característica", explica. 

VEJA COMO É UMA APRESENTAÇÃO DE SKRILLEX

Belluomini, que trabalha com bass music no Brasil fazendo a curadoria da festa "Tranqueira", explica como e onde ele surgiu. "O dubstep é um som que surgiu da house e do garage ingleses e se desenvolveu no Reino Unido. Começou em uma época que o público de jungle e drum ‘n’ bass estava carente de novidades”, conta.

Mas o DJ não é a favor do tipo de mistura que aparece no som de Skrillex. Para ele, o produtor é uma "aberração sonora", já que popularizou o ritmo de uma forma que não valoriza os trabalhos os artistas que começaram o estilo.

Isso não diminui os efeitos do americano, que surpreendeu ao ganhar um Grammy de melhor álbum de música eletrônica de 2011. Ele também gravou uma faixa com o ex-tecladista do The Doors, Ray Manzarek, e influenciou grandes artistas pop como Britney Spears e Black Eyed Peas em seus últimos trabalhos. 

Se você ficou curioso e quer conhecer o trabalho de Skrillex, o produtor toca no Palco Perry, do Lollapalooza, das 19h às 20h15. E para conhecer o dubstep em sua forma mais próxima à original, o festival Sónar apresenta em maio um dos produtores que deram origem ao gênero, Skream e o contemporâneo James Blake. Prepare os ouvidos e para, como explicou Bruno, sentir o estômago revirar.