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Integrantes de banda punk ficarão presas até junho por protesto contra Vladimir Putin

Banda Pussy Riot - Igor Mukhin
Banda Pussy Riot Imagem: Igor Mukhin

19/04/2012 17h57

Três integrantes da banda de punk rock Pussy Riot ficarão presas até de junho por fazerem um protesto contra o presidente russo Vladimir Putin em uma catedral de Moscou, na Rússia. A decisão foi tomada pelas autoridades nesta quinta-feira (19).

Em fevereiro, cinco membros da banda – conhecida por se apresentar com máscaras coloridas e minissaias - subiram no púlpito da Catedral de Cristo O Salvador, o maior templo da Igreja Ortodoxa russa, e disseram “Santa Maria, afaste Putin de nós”.

Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alekhina e Yekaterina Samutsevich foram presas em março por vandalismo e devem ficar em reclusão até 24 de junho, enquanto as investigações policiais prosseguem. Os advogados das mulheres irão argumentar que elas devem ser soltas por terem filhos pequenos.

Segundo o policial Artyom Ranchenkov, a performance da banda em um lugar sagrado “foi ilegal e incrivelmente cínica”.  A Igreja Ortodoxa russa também criticou a ação, classificando-a como “blasfema” e defendeu a punição das acusadas.


O protesto do grupo aconteceu a duas semanas das eleições presidenciais russas, que deram a vitória a Putin em meio a protestos populares e diversas denúncias de fraude.

A banda Pussy Riot ficou famosa em janeiro, ao tocar uma música com provocações ao presidente russo na Praça Vermelha – em um local que antigamente foi usado pelos czares para anunciar decretos do governo.

Protesto
Nesta quinta-feira, aconteceu ainda um protesto em favor das integrantes da Pussy Riot. Cerca de 200 manifestantes se posicionaram em frente à corte onde o caso foi julgado e pediram por liberdade.

Ativistas ligados à Igreja Ortodoxa também compareceram ao local e provocaram os demais manifestantes. A polícia prendeu cerca de 30 pessoas.

Críticas
Em entrevista a jornalistas de dentro da prisão, Nadezhda Tolokonnikova criticou o sistema de saúde da prisão e ironizou a polícia e a Igreja. “Para aqueles que nos prenderam, eu e minhas colegas de cela mandamos nossos melhores desejos. Desejamos que eles vivam em condições semelhantes a que temos vivido no último mês e meio”, disse.

(Com informações da agência Associated Press)