Produtores do Metal Open Air admitem falta de verba e culpam governo e patrocinadores
O corte de verbas prometidas por patrocinadores e pelo governo estadual somado a problemas de fornecimento de energia da região foram os principais fatores que causaram os problemas de estrutura e o cancelamento de várias atrações do Metal Open Air, festival realizado em São Luís, no Maranhão, de sexta (20) a domingo (22).
As informações, obtidas com exclusividade pelo UOL, são dos dois principais organizadores do evento: Natanael Jr., da Lamparina Produções, e Felipe Negri, da Negri Produções.
Segundo Negri, o corte de abastecimento de energia na quinta-feira (19) prejudicou a montagem dos palcos. Esse foi o motivo do atraso de mais de cinco horas no início dos shows na manhã de sexta (20), primeiro dia do festival.
Sobre o cancelamento da banda inglesa Saxon, Negri disse que a falta de verba prometida pelos patrocinadores e pelo governo do Maranhão não permitiram o pagamento do cachê. Ao contrário da banda Venom, que segundo os organizadores tiveram o cachê totalmente pago, mas foram impedidos de vir por problemas de visto.
O mesmo problema também forçou a desistência das bandas nacionais, que não tiveram suas passagens aéreas emitidas. Negri disse que não há possibilidade de cancelamento ou encurtamento do festival, mas que eles estão tendo que resolver os problemas “na unha”. Sobre o risco de outras atrações não comparecerem, os dois organizadores disseram que ainda não há nada oficial e que todas ainda estão confirmadas.
O representante do Procon, Bruno Leal, conversou com os organizadores e disse que as reclamações de propaganda enganosa serão apuradas pelo órgão.
Em comunicado, o governo do Maranhão negou qualquer envolvimento com a produção do festival.
Leia o comunicado na íntegra:
A Secretaria de Estado de Comunicação Social (SECOM-MA) informa que não há registro de qualquer aproximação do Governo do Maranhão com a produção do Metal Open Air (MOA), festival de rock que está sendo realizado em São Luís.
Esclarece ainda que o governo não investe em eventos com bilheteria paga. Nesse caso específico, há ainda o agravante do histórico de eventos já realizados por um desses mesmos produtores e que resultaram em problemas semelhantes.
Informa, por fim, que o governo disponibilizou seus serviços para a proteção do público, caso dos técnicos da Gerência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-MA), que vistoriam o local, e de homens da Polícia Militar, que guardam a área.
Cancelamentos
Tudo começou com o cancelamento da banda inglesa Venom no fim da tarde de quinta-feira (19). Foi a partir desse primeiro desfalque no line-up do Metal Open Air, festival realizado neste fim de semana em São Luís, no Maranhão, que outros problemas começaram a se desenrolar e evidenciaram a desorganização da produção do evento. O festival foi vistoriado pelo Procon por apresentar problemas na infraestrutura local, e poderá ser autuado. O banheiro feminino foi interditado.
Pouco antes do Venom anunciar em seu site oficial que não poderia tocar no festival porque os vistos para os músicos e sua equipe entrarem no Brasil não ficaram prontos a tempo, o grupo gaúcho Hangar e a banda santista Shadowside também cancelaram a participação alegando não terem recebido o cachê combinado, e os pernambucanos do Terra Prima desistiram do festival por não ter recebido informações sobre o translado aéreo e a hospedagem na capital maranhense.
Nesta sexta (20), a banda britânica Saxon anunciou o cancelamento dizendo que não recebeu o cachê, e foi seguido das brasileiras Unearthly e Expose Your Hate, também alegando problemas no pagamento. O supergrupo Rock N Roll All Stars, formado por grandes nomes do rock e do metal, afirmou que não fará o show porque não conseguiu encontrar o produtor e receber o pagamento. Em seu perfil no Twitter, João Gordo, vocalista do Ratos de Porão, ameaçou cancelar o show da banda caso eles não recebam as passagens aéreas a tempo.
Falta de estrutura
Com sete bandas canceladas, o Metal Open Air começou às 15h desta sexta com a banda Exciter, após horas de atraso. Às 10h30, horário oficial do início do festival, parte da estrutura, incluindo o palco El Diablo, continuava desmontada. Caminhões ainda circulavam pelo local nesta manhã. A organização diz que não há possibilidade do evento ser cancelado.
Os banheiros femininos de alvenaria foram interditados pelo Procon, e não há previsão de liberação. O órgão fez uma vistoria no local nesta sexta e ainda aguarda o contato da produção. Na falta de banheiro, parte do público acampado no Parque Independência tomou banho nos bebedouros dos cavalos.
Na quinta, o público reclamou de falta de água, mas o problema foi normalizado nesta sexta. A praça de alimentação, que não havia sido aberta na quinta, apresenta problemas e está sendo vistoriada pelo Procon. Os camarins estavam sem energia nesta manhã, e alguns fornecedores alegam não ter sido pagos.
Com o ator Charlie Sheen como convidado especial e 46 atrações programadas antes do cancelamento, o Metal Open Air acontece de 20 a 22 de abril no Parque Independência, em São Luís.
METAL OPEN AIR
Quando: 20, 21 e 22 de abril, abertura dos portões às 9h
Onde: Parque Independência – Bairro São Cristóvão – CEP: 65055-420 - São Luís – Maranhão
Quanto: RS$ 250 (pista por dia), RS$ 450 (camarote por dia), RS$ 450 (passaporte pista), RS$ 850 (camarote + MG Area). Passaporte camping: RS$ 100 por pessoa. Passaporte El Diablo: RS$ 75 por pessoa ou RS$ 35 por dia.
Informações: www.metalopenair.com. As entradas estão à venda nos sites www.metalopenair.com e www.ticketbrasil.com.br.
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