Morre, aos 66 anos, o sambista "bem-humorado" Dicró
Morreu, aos 66 anos, no final da noite de ontem, 25, em Magé, na Região Metropolitana do Rio, o sambista Carlos Roberto de Oliveira, o Dicró, que ganhou notoriedade com letras bem-humoradas e de duplo sentido. Dicró foi enterrado na tarde desta quinta-feira, às 16h, no cemitério Parque Jardim de Mesquita, na baixada fluminense (RJ). A informação foi confirmada pela administração do cemitério.
Lutando contra os efeitos da diabetes, o cantor e compositor passou mal em casa, no bairro de Mauá, por volta das 22h, após retornar do hospital onde havia realizado uma sessão de hemodiálise. Segundo parentes, Dicró, antes de sofrer o enfarte, reclamou de dores na cabeça. Encaminhado para o Hospital Central de Magé, o sambista não resistiu e morreu.
Ele era um cara muito espirituoso, bacana de estar junto. É uma grande perda para o mundo do samba.
Músicos, atores e humoristas comentaram a morte do sambista. "Ele era um cara muito espirituoso, bacana de estar junto. É uma grande perda para o mundo do samba", disse o sambista Dudu Nobre ao UOL. "Dicró, eterno sindico do piscinão de ramos", escreveu o rapper MV Bill em seu Twitter, complementando que gostaria que a notícia da morte do músico fosse somente um boato. Tom Cavalcanti lembrou a música "Bingo da Sogra", sucesso de Dicró. "Vou fazer um Bingo la na casa da Vovo.Vai com Deus meu amigo Dicro", publicou o humorista.
O rapper Emicida escreveu, também no Twitter, que ficou com os olhos cheios de lágrimas quando soube da morte de Dicró. "As duas gerações que vieram antes da minha, foram abençoados com a oportunidade única de ver surgir tantos artistas únicos, mágicos. Talvez a maior tristeza da minha geração, seja ver tantos desses ícones partirem. Não que não tenhamos bons artistas hoje. Mas um vazio, uma saudade, é sempre uma saudade. E Dicró é dos caras que vão deixar muita saudade. Que a terra lhe seja leve malandro", escreveu.
Famosos comentam pelo Twitter morte de Dicró
As lembranças que tenho do Dicró são as melhores. Acompanhei o Dicró durante um ano. Ele era um cara muito espirituoso, bacana de estar junto. É uma grande perda para o mundo do samba. Ele tinha um estilo cômico de fazer samba, levava tudo para o lado do humor. Gostava muito dele. Estou indo para São Paulo, então infelizmente não poderei ir ao enterro, mas meu coração vai estar lá com ele. , sambista |
Mas um vazio, uma saudade, é sempre uma saudade. E Dicró é dos caras que vão deixar muita saudade... Que a terra lhe seja leve malandro... , rapper |
Dicró eterno sindico do piscinão de ramos MV Bill, rapper |
Vou fazer um Bingo la na casa da Vovo.Vai com Deus meu amigo Dicro Tom Cavalcanti, humorista |
Gente, li aqui que Dicró foi pro andar de cima?! Descanse em Paz, guerreiro do samba! Daniel Del Sarto, ator |
Morre o mestre Dicró! Que Deus o tenha Rodrigo Scarpa, o repórter Vesgo, do "Pânico" |
Morreu um dos caras mais engraçados que eu já vi...Dicró...o malandro era uma lenda viva! Fabio Rabin, humorista |
Vida e obra de Dicró
Vascaíno, Dicró nasceu na cidade de Mesquita, também na Região Metropolitana do Rio, em 14 de fevereiro de 1946, e se especializou em sambas satíricos, cujas letras davam ênfase ao dia a dia do subúrbio e da Baixada Fluminense. O nome Dicró teria vindo das iniciais do seu nome, CRO, registrado nas letras de samba, e que, com a pronúncia e erros tipográficos, passou de "De CRO" para "Di CRO".
O sambista teve vários empregos, como pintor, vendedor de jornais e de pintinhos antes de começar a compor sambas com letras de humor escrachado na década de 70. Na década de 1990, formou parceria com os sambistas Moreira da Silva e Bezerra da Silva, encontro que resultou no álbum 'Os 3 malandros in concert'.
Frequentador da praia de Ramos, suas músicas retratam de forma satírica o cotidiano dos subúrbios, principalmente a Baixada Fluminense. É autor dos álbuns "Barra Pesada" (1978), "Funeral do Ricardão" (1984), "O Bingo da Sogra" (1984) e "Dicró no Piscinão" (2002).
Em 2010, o sambista participou do quadro "Verão Bacana", no Fantástico, em que atuou como uma espécie de "repórter por um dia" em eventos bacanas pelo Brasil. Dicró fez matéria com os ricaços de Santa Catarina, mostrou seus conhecimentos de moda na SPFW, passeou por Búzios e foi até a um cruzeiro na Bahia.
(Com informações da Agência Estado)
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