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Baixista do Duran Duran acha surpreendente a banda continuar reunida em 2012

O baixista John Taylor durante show do Duran Duran no Rio de Janeiro (30/5/12) - AgNews
O baixista John Taylor durante show do Duran Duran no Rio de Janeiro (30/5/12) Imagem: AgNews

Alessandro Giannini

Do UOL, em São Paulo

01/05/2012 16h01

Há cerca de 30 anos, o Duran Duran era sinônimo de pop e de moda. Suas músicas eram cantadas nas rádios, os videoclipes ousados eram reproduzidos na TV e até roupas e cabelos eram copiados pelos fãs. Mas a banda só desembarcou no Brasil em 1988, para o Hollywood Rock. Mais uma década se passou e eles voltaram em 2008. Recentemente, a banda parece ter ressuscitado para o público brasileiro. Em menos de seis meses, Simon LeBon e gangue vieram para o SWU, em Paulínia, e agora estão de volta para uma pequena turnê que começou em Brasília, seguiu para o Rio e termina nesta quarta (2) em São Paulo.

Em entrevista por telefone ao UOL, o baixista John Taylor diz que o show é "retrospectivo". Ou seja, quem conhece as músicas famosas e não as novas vai se divertir escutando os grandes sucessos e algumas faixas do álbum mais recente, "All You Need is Now". Para Taylor, que se diz fã de Seu Jorge, o mais incrível na carreira da banda é todos estarem juntos depois de tanto tempo fazendo música. "Nenhum de nós poderia imaginar que ainda estaríamos curtindo, fazendo música juntos, tendo fãs ao redor do mundo em 2012", disse ele.

UOL - Qual a expectativa de voltarem ao Brasil em tão pouco tempo?

John Taylor
- Estamos animados. Vamos primeiro para Brasília - será a nossa primeira vez lá. E depois seguimos para São Paulo e Rio. Estivemos em São Paulo há alguns meses para participarmos de um festival. Mas essas apresentações foram mais curtas. Nós adoramos o Brasil e apenas lamentamos ter demorado tanto para chegar. Não fomos nos anos 80... Na verdade, fomos sim, acho que em 1988, no Rock in Rio.

UOL - Muitos fãs ainda retém uma imagem de vocês que remonta a músicas como "Girls on Film", "Hungry Like The Wolf", "Notorious" e muitas outras. O que mudou de lá para cá?

Taylor -
Bom, isso faz muito tempo. São quase 30 anos. Continuamos a fazer música, nunca paramos. E acho que nossos fãs nos acompanharam nessa jornada. É uma looonga estrada que percorremos juntos. O que mudou? Tantas coisas mudaram. Tudo mudou. Seria mais fácil dizer o que não mudou. O que é extraordinário é que ainda estamos fazendo isso. Nenhum de nós poderia imaginar que ainda estaríamos curtindo, fazendo música juntos, tendo fãs ao redor do mundo em 2012.

UOL - Pode adiantar o que veremos e ouviremos no show de São Paulo?

Taylor
- É um show retrospectivo, com ênfase em "All You Need Is Now", que foi lançado no ano passado. Se você não conhece o álbum novo, então, vai haver quatro ou cinco músicas no show que você não vai conhecer. O resto do show provavelmente você vai conhecer, seja porque são músicas que tocaram nas rádios muitas vezes ou porque foram exibidas na TV muitas vezes. A maior parte é formada por músicas que as pessoas querem escutar. Mas também queremos ouvir o novo material.

UOL - Alguns de vocês chegaram a ter problemas de saúde por causa da agenda de shows da banda, ainda no início da carreira. O que mudou de lá para cá?

Taylor -
Nós crescemos, não é? Somos todos adultos. Não dá para você jogar... Não é como nos nossos 20 anos, quando não tínhamos vida. Tudo se resumia às turnês e o Duran Duran. Hoje, todos nós temos filhos, mulheres. E graças a Deus. Porque temos que ter esse balanço nas nossas vidas. Ao menos, acho que eu preciso.

UOL - O que gosta de ouvir?

Taylor -
Eu gosto desse cara, Grimes. Kurt Weil, Metronomy,  Washed Out. Tem muita coisa nova que eu gosto. Às vezes, escuto só música clássica por semanas. E às vezes, só escuto música contemporânea. Não precisa de mais do que três ou quatro músicas para me chamar a atenção. E fico tão animado escutando música moderna que eu me sinto com 20 anos de novo. E por um momento só quero escutar coisas novas. Depois, muda tudo e volto a querer escutar músicas de 1972 de novo. Tem tanta coisa nova que é impressionante, não? E o que é clássico nunca sai de moda. Mas acho que a gente tem que encontrar tempo para escutar coisas novas, tem que estar aberto.

UOL - E sobre música brasileira?

Taylor -
Não conheço muito sobre música brasileira. Estou tentando ver aqui no meu iTunes. Gosto de [Tom] Jobim, mas todo mundo gosta. Tem... [longa pausa]. Tropicália, eu gosto muito desse período. Deixe-me ver... [mais uma longa pausa] Comprei alguns CDs quando estive aí... Ah, "siu iorg"... Acho que é isso.

UOL - Não estou identificando. Poderia Soletrar?

Taylor -
S, e, u... J...

UOL - Seu Jorge?

Taylor -
Isso mesmo. Muito bom. Grandes linhas de baixo...
 


DURAN DURAN EM SÃO PAULO

Onde: Credicard Hall (Av. das Nações Unidas, 17.981 - Santo Amaro)
Quando: 2 de maio (quarta-feira), às 21h30
Ingressos: R$ 500,00 (camarote 1), R$ 400 (camarote 2, pista premium), R$ 200 (pista), R$ 170 (plateia superior 1), R$ 150 (superior 2), R$ 130 (superior 3) e R$ 110 (visão parcial)