Topo

Kraftwerk encanta com show 3D e rap se destaca no primeiro dia do Sónar em SP

Kraftwerk abre show no Sónar SP 2012 com a música "We Are The Robots" (11/5/12) - Divulgação
Kraftwerk abre show no Sónar SP 2012 com a música "We Are The Robots" (11/5/12) Imagem: Divulgação

Estéfani Medeiros <br> Taís Toti

Do UOL, em São Paulo

12/05/2012 04h19Atualizada em 12/05/2012 13h28

Oito anos após sua primeira edição na capital paulista, o festival Sónar São Paulo 2012 começou nesta sexta-feira (11), no Anhembi. O encerramento da primeira noite do evento, marcada por alguns problemas de organização, ficou por conta dos brasileiros Gui Boratto, DJ Marky e Patife. 

Num raro encontro no mesmo palco, Marky e Patife mostraram que o drum'n'bass ainda tem vida. Os dois DJs lotaram o palco Sónar Village e fizeram o público dançar revivendo o gênero nascido nos anos 1990 e que teve seu auge no Brasil nos anos 2000. O repertório teve inclusive uma homenagem a Caetano Veloso, com um trecho de "Alegria, Alegria". 
 
Enquanto os mais animados aproveitavam as últimas atrações do primeiro dia do Sónar, uma fila se formava em frente ao hotel Hollyday Inn, na espera de um táxi para a volta para casa. 
 
A entrada no festival também foi problemática. Um grupo de pessoas decidiu pular as barreiras que separavam as filas, cansados da espera. As grandes filas formadas para a troca de vouchers por ingressos fizeram com que a organização liberasse a entrada de quem tivesse portando apenas o voucher. Por volta das 23h, a espera para entrar no festival era de 45 minutos.
 
Um dos maiores problemas nessa primeira noite do festival foi a falta de sinalização dentro do Anhembi. Poucos mapas foram distribuídos para o público e também havia poucos mapas fixos no local, dificultando a localização e identificação dos palcos Sónar Hall, Sónar Club e Sónar Village.
 
O Anhembi não estava muito cheio, e a pouca procura fez com quem cambistas chegassem a vender um ingresso, que custava R$ 230, por R$ 80.
 
 
Eletrônica é destaque, mas rap surpreende
 
Grande atração do evento e escalados para substituir a cantora islandesa Björk, que cancelou sua participação por conta de um problema nas cordas vocais, os alemães do Kraftwerk abriram o show no país às 23h30 com "The Robots".
 
O setlist foi bem semelhante ao da apresentação feita no país em 2009, no Just a Fest, com “Autobahn”, “Man Machine”, "Tour de France" e "Trans-Europe Express". O diferencial era que as animações que já acompanham os shows da banda foram adaptadas para o 3D – óculos foram distribuídos para o público na entrada do evento.
 
Antes do Kraftwerk, o palco Sónar Club foi aberto por um DJ set pouco inspirado do inglês James Blake, que vai mostrar seu show ao vivo no sábado (12). O repertório foi marcado por músicas pouco dançantes, mas incluiu Burial, Destiny's Child e uma música do próprio James Blake.
 
No palco Sónar Village, o britânico Doom fez um show empolgante para os que ignoraram a atração principal, o Kraftwerk, e também os problemas de som sofridos pelo músico. Abrindo com “Accordion”, do álbum “Madvillainy” - feito em parceria com Madlib – o rapper mascarado fez uma curta e admirável apresentação de 45 minutos. Acompanhado de dois MCs, ele priorizou canções dos discos “Operation: Doomsday”, “Mm..food” e “Born Like This”.
 
No mesmo momento, o brasileiro Criolo tocava num Sónar Hall vazio, mas com fãs suficientes para cantarem suas músicas. O rapper apresentou músicas de seu segundo disco, “Nó Na Orelha”, como “Subirusdoistiozin” e “Sucrilhos”. 
 
A última atração de rap do Sónar foi Emicida, que lotou o palco Sónar Village. O repertório seguiu o das apresentações mais recentes do cantor, com “Eu Gosto Dela”, “Vacilão”, “A Rua É Nois”. Emicida também criticou os políticos brasileiros e fez mais uma vez sua homenagem a Claudinho e Buchecha, cantando uma versão de “Quero Te Encontrar”.
 
No Sónar Club, o fechamento ficou com o duo Chromeo, o veterano do dubstep Skream e o brasileiro Gui Boratto. Com pernas de manequim como suporte do teclado, o Chromeo animou a pista com diversos de seus hits dançantes como "Hot Mess",  "Bonafied Lovin" e "Don't Turn The Lights On".
 
Gui Boratto fechou a programação com uma apresentação para a pista ainda cheia. Tocou músicas como "Azzurra" e "Like You" e encerrou as atividades do palco por volta das 5h30 sob os olhares de alguns diretores do evento, que ainda circulavam pelo local.
 
O Sónar termina neste sábado (12) com shows de Cee-Lo Green, Justice, Mogwai, James Blake e Flying Lotus, entre outros.