Justice e Mogwai roubam a cena no sábado do Sónar SP; veja como foi
Com seus hits pesados, o duo francês Justice fez o show de maior destaque no sábado (12), do Sónar SP. A cruz branca no centro do palco, rodeada por amplificadores, foi revelada por volta da 0h20 ao som de "Genesis", música que acompanha a abertura de setlists da banda.
Os DJs Gaspard Augé e Xavier de Rosnay tocaram para a pista cheia e mais catártica da noite. No setlist, singles de seu último álbum "Audio Video Disco" mesclados com clássicos da carreira, como a intensa "Waters of Nazareth", foram grandes momentos do show.
Costurando o set, algumas frases do single "Civilization" apareciam em viradas inesperadas. O show funciona como uma única grande música mixada com seus sucessos variando picos de intensidade e melodias. Os efeitos visuais e a iluminação no palco tornam a sensação das batidas ainda mais intensa.
Após cinco anos do lançamento de seu primeiro álbum, "Cross" e três anos de sua última visita ao Brasil, no Skol Beats, o Justice se firma como músicos. E fazem questão de mostrar isso no palco. Em um formato inédito para a nova turnê, Gaspard e Xavier se revezam entre o mixer e um piano no palco. Os acordes de "D.A.N.C.E", um de seus maiores hits, foram tocados ao vivo. "We Are Your Friends" foi cantada em uníssono, como um hino. O show foi encerrado com o orgão potente de "Phantom" e uma versão estendida do techno "Audio Video Disco".
Em entrevista ao UOL, realizada pouco tempo antes da apresentação, a dupla disse que "um grande show é aquele que o público se diverte tanto quanto a gente". Parece que conseguiram.
Saiba como foi o sábado no evento
O atraso no palco Sónar Hall e o adiantamento das atrações do Sónar Village deixaram confuso o começo do segundo dia do festival. A razão era o show de Alva Noto & Ryuichi Sakamoto, de volume mais baixo, que tocou no Hall sem nenhum artista concorrendo com barulho no palco Village.
Apesar de estar mais cheio que na sexta-feira, o segundo dia do Sónar não sofreu muitos problemas na entrada, que transcorreu sem grandes filas. Os bares e banheiros também não tiveram filas problemáticas.
Quem deixou para comprar ingresso de ultima hora também teve vantagens no sábado: durante o show de Cee-Lo Green, cambistas vendiam entradas a R$ 180, sendo R$ 50 mais barato que o preço na bilheteria oficial.
Sónar Hall funcionou para shows mais intimistas
A mudança de horários promovidas por causa do show de Sakamoto encurtaram as apresentações do DJ Dago e de Psilosamples, que abriram o segundo dia do Sónar, mas o capixaba SILVA levou vantagem, ganhando público ao se apresentar com uma hora de atraso, às 18h. SILVA mostrou as músicas de seu auto-intitulado EP, lançado no ano passado, como "12 de maio", cujo título é coincidentemente a data do show no Sónar, fez questão de lembrar o músico.
Em “A Visita”, o público só não respeitou o silêncio para ouvir o baixo violino quando decidiu cantar o refrão. O volume baixo do som, inclusive, foi um problema enfrentado por SILVA durante o show, fazendo com que a maior parte do público se aglomerasse na frente do palco e deixasse quase vazios as poltronas do auditório.
Também no palco Sónar Hall, Alva Noto & Ryuichi Sakamoto - este conhecido pelas composições de trilhas sonoras - fizeram um show lento, minimalista e comovente, com piano e programações acompanhados de projeções no telão. O público respeitou ao máximo os artistas fazendo silêncio durante as músicas, que era interrompido apenas com aplausos calorosos. Na última música, a dupla foi aplaudida de pé, e decidiu voltar para um bis, também ovacionado pelo público que lotou o auditório.
Neste palco, auditório em que era proibida a entrada com comidas e bebidas e onde as atracões mais "contemplativas" se apresentaram, o público fazia e exigia silêncio quando as músicas eram mais baixas.
Cee Lo Green fez show morno e Mogwai agradou fãs
O cantor americano Cee Lo Green fez um bom show e investiu no cover de "Let's Dance", de David Bowie, mas foram os hits "Forget You" e "Crazy" que animaram a plateia. Convidando o público feminino a entoar seus raps, Cee-Lo relembrou sua história de Goodie Mob --grupo de hip-hop que ele mantém com Khujo, T-Mo, and Big Gipp-- ao fazer rimas com palavras latinas como "mujeres". A sequência com os rappers deixou o show mais morno e o som abafado dispersou um pouco a plateia.
Com um som tão alto que deixava as cadeiras do auditório tremendo, a banda de post-rock Mogwai encantou fãs com as músicas “White Noise”, “Werewolf”, “Jim Morrison”, “Mogwai fears Satan” e “Rano Pano”, entre outras, num Sónar Hall lotado.
O som instrumental – com exceção de algumas faixas cantadas ininteligivelmente pelo tecladista – era decorado com belas imagens no telão e luzes que acompanhavam a cadência das canções – azuis nos momentos calmos, e piscando nas horas rápidas e barulhentas.
James Blake não empolgou muito com seu DJ set na sexta-feira, mas impressionou na apresentação ao vivo no palco Sónar Hall com sua voz poderosa. O britânico balançou as cadeiras do auditório com seu som grave influenciado pelo dubstep. Ao vivo, as músicas do álbum de estreia auto-intitulado lançado em 2011 ganham ainda mais intensidade.
No repertório, os destaques foram “The Wilhelm Scream” e “Limit To Your Love”, cover da cantora Feist. Com uma máscara de luzes de LED, Squarepusher encerrou o palco Sónar Hall em grande estilo. Suas batidas eletrônicas com cara de trilha de vídeo-games antigos deixaram o público ora tentando dançar ora apenas observando e atendendo os pedidos do DJ, que convocava a platéia em busca de mais animação.
No Sónar Club, o techno de Jeff Mills encerrou a programação noturna, enquanto TEED fechava o palco Village para quem encarou ficar até 5h.
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