Primeira apresentação de André Rieu tem neve artificial, bexigas e "Ai Se eu Te Pego"
Psicodelia definitivamente não faz a cabeça somente de jovens que ouvem rock e música eletrônica. Os oito mil homens e mulheres que lotaram o Ginásio Ibirapuera na terça-feira (29), para assistir à apresentação do violinista e maestro holandês André Rieu com sua Johann Strauss Orchestra, também se deliciaram com uma boa dose de lisergia. E quase todos tinham cabelos brancos, senão tingidos.
A apresentação visual da orquestra por si só lembra um cenário típico da Disney. As mulheres sempre usam vestidos armados, nas cores salmão, azul-bebê e rosa, todas elas com joias e/ou similares brilhantes. Os homens, bem como o prório Rieu, trajam fraque. E a cenografia traz elementos rococó, suportes para partituras dourados e flores espalhadas por todo o palco.
Ao fundo, um telão intercala projeções de céus estrelados e construções arquitetônicas antigas. Depois, formas abstratas coloridas. A execução do repertório com hits da música erudita se transforma em um show com momentos alucinantes. Como quando neva sobre a plateia, uma neve artificial, feita de plástico, que gruda no laquê das cabeleiras armadas. O fenômeno acontece pouco antes da apresentação de “Nessun Dorma”, a famosíssima ária da ópera “Turandot”, de Puccini.
Na execução de “Danúbio Azul”, valsa de Strauss, os casais se levantam para dançar de rosto colado, e bexigas coloridas caem do teto. Depois, quando toca “Mamãe eu Quero”, o coral feminino dança com gestual parecido com o de Carmen Miranda. Encerra a apresentação uma versão de “Ai Se eu Te Pego”, sucesso internacional de Michel Teló.
Há um intervalo no meio disso tudo, quando passam vendedores de pipoca, hambúrguer, cerveja e crepe.
Amilton Prado, 57 anos, funcionário público, conta que foi ao show a pedido de sua mulher, mas avalia que a noite foi “além das expectativas”. Para Prado, o maestro “é muito simpático”.
Não é à toa que Rieu acabou ganhando o apelido de astro pop da música clássica. Suas apresentações são sempre cheias de piadas, como quando os músicos, durante a execução de uma peça, bebem o conteúdo de uma garrafa de uísque. No gargalo. A garrafa passa de mão em mão.
O sucesso de seus shows arrasta gente de fora da cidade. A dona de casa Rosa Ramirez, 70 anos, conta que veio de Ponta Porã (MS) “só para ver o a apresentação”. Há outras 23 apresentações no Ginásio do Ibirapuera até o dia 13 de julho.
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