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"Não somos inimigas do Cristianismo", diz membro da banda Pussy Riot

Membros da banda "Pussy Riot" acompanham julgamento em Moscou, na Rússia (3/8/2012) - Reuters
Membros da banda "Pussy Riot" acompanham julgamento em Moscou, na Rússia (3/8/2012) Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo

06/08/2012 15h09

Nadia Tolokonikovoy, da banda russa Pussy Riot --que está sendo julgada por protesto feito na principal catedral de Moscou--, falou sobre o caso e disse que elas não são "inimigas do Cristianismo". Em texto publicado na internet, a banda diz que "nunca quis mostrar desrespeito com seu público", segundo informações do site NME.

Elas cantaram a música "Holy Shit" dentro da catedral como forma de protestar contra o apoio da Igreja Ortodoxa à campanha de Vladmir Putin. As três membros do grupo podem ser condenadas a até sete anos de prisão por vandalismo.

"Os temas de nossa músicas e nossos shows são ditados pelo que está acontecendo no momento. Só reagimos ao que está ocorrendo em nosso país, e nossas performances punk expressam a opinião de muitas pessoas. Em nossa música 'Hail Mary, Expel Putin' ['Ave-Maria, expulse Putin', em tradução livre], refletimos a reação de muitos cidadãos russos à propaganda eleitoral de Vladmir Putin nas eleições de 4 de março de 2012. Não somos inimigas do Cristianismo. Nos importamos com a opinião dos Cristãos Ortodoxos. Queremos que eles fiquem do nosso lado --do lado dos ativistas que são contra o autoritarismo. É por isso que fomos à Catedral."

De acordo com os advogados da banda, o julgamento é um dos "mais vergonhosos da Rússia moderna". Um grupo de músicos, tais como Johnny Marr, Alex Kapranos e Kate Nash fizeram um abaixo-assinado em favor da banda. Na sexta-feira (3), o presidente Putin disse que as artistas não serão "julgadas tão seriamente".