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"Sou homem de poucos amores", diz Djavan sobre primeiro CD de inéditas após 5 anos

Djavan no lançamento de "Rua dos Amores", primeiro CD de inéditas em cinco anos, na sede da Universal Music, no Rio (5/9/12) - Alex Palarea / AgNews
Djavan no lançamento de "Rua dos Amores", primeiro CD de inéditas em cinco anos, na sede da Universal Music, no Rio (5/9/12) Imagem: Alex Palarea / AgNews

Paula Costa

Do UOL, no Rio

05/09/2012 20h39

"Sou homem de poucos amores, nunca tive muitos amores não", revelou o compositor Djavan, 63, durante o lançamento, nesta quarta-feira (5), do álbum "Rua dos Amores" (Luanda/Universal), o 1º de inéditas em 5 anos e o 21º de sua carreira.

O título do CD não se refere a um local em que ele vivenciou vários romances, como ele fez questão de frisar, e sim a sensações que têm como lugar comum o amor. "O título simboliza um projeto que foi acontecendo casualmente. E não falo exclusivamente de amor. Coloco o amor como elo para falar de sensações: segurança, amor maduro, amor adolescente... São várias as sensações que o amor traz. Rende muita letra", explicou o cantor, que vive há 12 anos com a designer Rafaella Brunini, 38, com quem tem dois filhos – Sofia, 10 anos, e Inácio, 5. Além dos caçulas, Djavan é pai de Flavia, 39, Max, 36 e João, 33, do primeiro casamento.

O músico considera os 5 anos sem compor como positivos. “Foi bom ficar um tempo sem compor [desde "Matizes", lançado em 2007]. Na verdade, eu já escrevi muito, mas sem pensar em música. Todas essas letras são recentes. Preciso do frescor da letra. Preciso da música ‘pão quente’, brincou. “Eu não tenho pudor em falar que componho pra mim. O branco que afeta alguns músicos, ainda não me alcançou. Algumas pessoas ficam sem ideias. Não sofro desse mal”, declarou, sem falsa modéstia.

Dono de clássicos como “Oceano”, “Sina”, “Cerrado” e “Pétala”, Djavan aposta na música “Bangalô” como carro-chefe do CD. “Acho que essa terá um apelo mais popular, até porque é uma balada". Das 13 canções de "Rua dos Amores", apenas uma não é inédita: "Vive", que Djavan fez para Maria Bethânia e que está no disco "Oasis de Bethânia" (2012).

Para "descansar", como descreveu o músico, o álbum contém uma "sátira política" chamada "Pode Esquecer". "Essa música vai se transformar em uma premonição, dado o andar da carruagem no Supremo Tribunal Federal", declarou, referindo-se ao julgamento do mensalão em curso no STF. Em um dos versos, o cantor diz: "na nova ordem geral, de um novo comando / abstinência moral é crime hediondo / aquela onda de caos que sai varrendo o mar dos que têm poder / Pode esquecer".

Com todas as composições arranjadas e produzidas por ele, Djavan mostra-se perfeccionista com o trabalho final. “O disco não acaba nunca. A gente é que o abandona. Depois de pronto, eu só escuto para colocar defeito. Não consigo me desprender”, confessou. Para a gravação que durou oito meses, Djavan reuniu sua antiga banda, com quem não trabalhava há 15 anos. “Componho há mais de 30 anos, sempre quero apresentar coisas novas. Sou inquieto com o novo. Se está diferente eu não sei, mas gosto da ilusão de que fiz diferente”, contou.

A turnê do novo álbum começa em novembro, pelo interior de São Paulo.

  • Divulgação

    Capa do CD "Rua dos Amores", de Djavan (2012)

 

“Rua dos Amores” está na lojas a partir desta semana. Ouça as canções:

1. Já não somos dois
2. Anjo de Vitrô
3. Triste é o cara
4. Acerto de contas
5. Bangalô
6. Pecado
7. Ares Sutis
8. Quinze anos
9. Vive
10. Pode esquecer
11. Reverberou
12. Quase perdida

13. Rua dos Amores