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Aos 89 anos, morre a cantora Carmélia Alves, conhecida como a rainha do baião

Carminha Mascarenhas, Carmélia Alves, Violeta Cavalcante e Ellen de Lima, estrelas do documentário "Cantoras do Rádio" Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo*

04/11/2012 12h28

A cantora Carmélia Alves, que ficou conhecida como rainha do baião, morreu na noite deste sábado (3), em decorrência de uma falência múltipla de órgãos.

A informação foi confirmada pelo Hospital das Clínicas de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, onde a artista estava internada havia cerca de um mês.

O velório aconteceu na manhã deste domingo no Retiro dos Artistas, onde ela morava há dois anos. O sepultamento será no cemitério do Pechincha, próximo ao Retiro.

Pelo Twitter, o ator Stepan Nercessian, presidente do Retiro dos Artistas, informou que o sepultamento foi marcado para as 14h30, no cemitério do Pechincha, próximo ao Retiro.

Carreira
Filha de nordestinos, a carioca cresceu ouvindo os ritmos da região, e, nos anos 50, ganhou o título de Rainha do Baião, na Rádio Nacional, pela interpretação de músicas de compositores como Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira e gravações com instrumentistas como o acordeonista paraibano Sivuca, a quem "descobriu" no Recife e trouxe para o Rio de Janeiro.

Carmélia Alves Curvello começou cantando Carmen Miranda, sua grande inspiração, nos anos 40. Foi eleita "a melhor crooner do Rio" quando fazia shows no Hotel Copacabana Palace, o palco mais elegante da cidade. Participou dos mais importantes programas das rádios Mayrink Veiga e Nacional, além de filmes, e gravou com os conjuntos de Benedito Lacerda e Severino Araújo.

O baião "Sabiá na Gaiola" (Hervé Cordovil/ Mário Vieira) lhe deu sucesso nacional, e os LPs que viriam (mais de 50, vários por ano) lhe consagraram como uma das intérpretes mais populares do País na época. A "corte do baião" era então formada por Gonzaga, o rei, ela e Claudette Soares, a princesa. Mas Carmélia também cantava sambas, frevos, polcas, chulas e marchas.

Com o marido, o cantor Jimmy Lester, fez seguidas turnês internacionais. Eles foram casados por mais de 50 anos e não tiveram filhos.

LP com Luiz Gonzaga
Em 1977, Carmélia e Luiz Gonzaga fizeram um show para 3 mil pessoas no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, em que cantaram os maiores clássicos da música nordestina. Do encontro, nasceu o LP "Luiz Gonazaga e Carmélia Alves".

Veja Carmélia Alves cantando com Luiz Gonzaga

Documentário "Cantoras do Rádio"
A morte do marido Jimmy, em 1998, fez Carmélia cair em depressão, mas nos anos 2000 ela retornou aos palcos com Ellen, Violeta Cavalcanti e Carminha Mascarenhas no show Cantoras do rádio - Estão voltando as flores. Carminha, que vivia no Retiro e morreu no início deste ano, foi uma grande companheira de fim da vida.

Em 2008, Carmélia estrelou  o documentário "Cantoras do Rádio", que prestou uma homenagem a 10 artistas femininas que se destacaram entre os anos 30 e 50 no rádio.

Veja o trailer do documentário "Cantoras do Rádio"

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