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Justiça catarinense quer interrogar Andrea Bocelli e remarcar show cancelado em 2009

Andrea Bocelli vem ao Brasil para show em São Paulo - Franco Silvi/Efe
Andrea Bocelli vem ao Brasil para show em São Paulo Imagem: Franco Silvi/Efe

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis (SC)

05/12/2012 19h57

O juiz Alexandre Rosa, da 4ª Vara Criminal de Florianópolis, expediu uma carta precatória para que a Justiça paulista interrogue o tenor italiano Andrea Bocelli durante sua passagem pelo país na semana que vem.

A Justiça quer saber quanto ele recebeu de adiantamento da prefeitura de Florianópolis por um show cancelado em 2009. Um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sugeriu que ele remarque o show, como forma de ressarcir o erário.

Bocelli estará em São Paulo dia 13 de dezembro, para um show no Jockey Clube. O tenor é testemunha num processo que corre em segredo de Justiça para apurar se houve desvio de R$ 2,5 milhões da Prefeitura da capital em 2009, valor que seria o cachê do artista para um show na virada do ano.

Bocelli não é réu. A ação que corre em segredo esteve acessível na internet durante vários meses. Trata-se do mesmo caso examinado pelo TCE, que em agosto decidiu ampliar as investigações sobre o show.

O cancelamento da apresentação foi decisão da Prefeitura e não do cantor. Críticas na imprensa alternativa e ações na Justiça sobre gastança na festa da virada causaram o corte. Bocelli já teria recebido várias parcelas.

Em 9 de agosto, o TCE pediu a responsabilização do prefeito Dário Berger (PMDB), dos ex-secretários Augusto Hinckel, Mario Cavallazzi e Aloysio Machado Filho, além da empresa Beyondpar, organizadora do evento – em todos os casos, por improbidade administrativa, nada a ver com a ação criminal.

Na mesma sessão, o conselheiro Salomão Ribas Junior pediu novas investigações para saber a quantia exata recebida por Bocelli. Se não for possível recuperar o dinheiro, Ribas sugere que o tenor remarque uma data para se apresentar em Floripa. Em entrevistas na ocasião, ele disse que é preciso esclarecer "se se tratou de um show caro ou se houve desvio de recursos".