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Jamiroquai atrasa e toma vaia, mas faz bom show de quase duas horas

Jamiroquai volta ao Brasil e se apresenta no Credicard Hall, em São Paulo - Manuela Scarpa/Foto Rio News
Jamiroquai volta ao Brasil e se apresenta no Credicard Hall, em São Paulo Imagem: Manuela Scarpa/Foto Rio News

José Norberto Flesch

Do UOL, em São Paulo

08/02/2013 06h30

Se alguém juntasse doses bem aproveitadas de soul e funk, e da sonoridade da velho disco dos anos 1970, o resultado provavelmente seria próximo do que o Jamiroquai mostrou ontem, durante quase duas horas, em São Paulo, para um Credicard Hall com muito bom público, mas longe de estar lotado. A mistura sonora, que marca o trabalho do grupo britânico há 20 anos, funcionou perfeitamente no palco. O cantor Jay Kay, líder da banda, ficou à vontade para dar saltos e movimentos que lembravam piruetas, e ainda deixar de fora o esperado hit “Virtual Insanity”, no comando de um show basicamente dançante, mas com muita improvisação da banda de 11 músicos.

O primeiro grande show internacional na cidade, em 2013, começou com quase 50 minutos de atraso, pouco depois de já se ouvirem algumas vaias. Jay Kay entrou no palco com roupa e chapéu de vaqueiro. Abriu com “Twenty Zero One” e, já na segunda canção da noite, o hit “Alright”, sentiu que tinha a plateia na mão.

A banda ficou conhecida nos anos 1990 por adaptar as influências da música pop feita 20 anos antes a uma sonoridade moderna. O público foi ao Credicard Hall para cantar os sucessos, mas há faixas bacanas que não foram hits e funcionaram bem ao vivo. É o caso de “Hot Tequila Brown”, do álbum “Dynamite”, de 2005. Foi ao final desta música que Jay Kay trocou de camisa, ao lado do palco, e vestiu uma blusa esportiva verde, com a palavra Brasil escrita. A cena aconteceu minutos depois de ele estender uma bandeira de nosso país nos amplificadores. O público reagiu animado, como reage quase sempre que um artista gringo faz isso.

Para Kay, foi a deixa para continuar fazendo as coisas como queria. O hit “Space Cowboy” surgiu em um compasso um pouco mais lento e com arranjos “jazzy”. Ainda assim, a plateia cantou junto. Depois, veio o ápice dançante do show, com “Cosmic Girl”. Kay subiu nas caixas de retorno em frente ao palco, depois desceu até o fosso entre o palco e a grade que separa a banda do público. Antes do bis, com “White Knuckle Ride”, ainda teve uma boa versão de “Deeper Underground”.