Topo

Marcado por homenagens a Chorão, festival de música da Record tem noite eclética

Rodrigo Vianna

Do UOL, no Rio

17/03/2013 07h40

Sertanejo, rock e axé num só lugar. Foi assim a segunda edição do Rio Verão Festival, promovido pela Record, que reuniu na noite deste sábado (16) cerca de 25 mil pessoas na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro. Durante nove horas de show, o publico dançou ao som de Michel Teló, Capital Inicial, Chiclete com Banana, O Rappa e Revelação. Em sua apresentação, Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, fez uma homenagem a Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr., que foi encontrado morto, no dia 6 de março.

“Dedico esse show à memória do Chorão”, disse ele, seguido de palmas e gritos da plateia. “A gente conheceu o Charlie Brown Jr. há 20 anos, mas eu conhecia mais o Champignon. Mas também tive contato com o filho dele. Eu fiquei chocado quando soube da sua morte. Não importa o que venha descobrir das causas da morte. Foda-se, ele criou uma puta de uma obra. E essa é a homenagem mais linda do mundo”, completou.

Quem também prestou uma homenagem ao vocalista do Charlie Brown Jr. foi O Rappa. Imagens de Chorão com a banda foram exibidas no início do show nos telões espalhados pela Praça da Apoteose, arrancando aplausos calorosos da plateia. No fim, o vocalista Falcão subiu ao palco e também dedicou o show ao cantor. Para ele, Chorão foi um dos maiores nomes da música nacional.

  • FotoRioNews

    Imagens de Chorão com Falcão foram exibidas no início do show nos telões espalhados pela Praça da Apoteose

“Vamos fazer uma homenagem àquele que vai deixar saudade. A gente se despede com dignidade de um dos maiores nomes da música desse país. É uma homenagem a um cara incrível. Vai com Deus vagabundo!”, disse ele, antes de cantar e o sucesso “Zóio de Lua”, que ficou conhecida na voz de Chorão. Durante a música, o público se manifestou várias vezes com um coro de “Charlie Brown Jr.”.

O lado social
Em sua segunda edição, o Rio Verão Festival já faz parte do calendário oficial da cidade. Além de música, o evento também foi palco de campanhas sociais. Para desenvolver ações de conscientização, o Rio Verão Festival firmou parceria com o movimento “Rio eu amo, eu cuido”, que tem como foco sensibilizar o cidadão da importância das pequenas atitudes para o sucesso do Rio. E foi com uma mensagem contra o crack que o apresentador Rodrigo Faro abriu a noite.

Com meia hora de atraso, Rodrigo Faro subiu ao palco e foi recebido por uma plateia tímida, que ainda chegava à Praça da Apoteose. Com texto decorado e piadas ensaiadas, o apresentador anunciou as atrações da noite. Antes, ele convidou integrantes da Cruz Vermelha para falar sobre o combate ao crack. O evento, promovido pela Record Rio, ajudou a arrecadar alimentos para o “Bonde da Esperança”, um projeto da Cruz Vermelha que ajuda mais de mil jovens e adultos a se livrar da droga.

Em seguida, foi a vez da jovem cantora Aline Muniz abrir a noite com Pop e MPB. Filha da atriz Angelina Muniz, ela esquentou o público com hits dançantes. Enquanto isso, fãs de todas as idades aguardavam a apresentação dos seus ídolos. Foi o caso da estudante de medicina Juliana Nohana, de 19 anos, que encarou mais de duas horas de viagem para ver de perto o Capital Inicial e Chiclete com Banana. Para ela, o festival é uma boa maneira de fechar o verão carioca.

“Eu sou muito fã do Capital Inicial e do Chiclete com Banana, mas também sou aberta a tudo. Gosto de tudo, do sertanejo ao funk. Essa é a minha primeira vez no festival e estou adorando, está perfeito. Foi cansativo, mas valeu a pena encarar mais de duas horas de estrada para estar aqui. Sem dúvida uma das melhores maneiras de fechar esse verão”, disse a jovem, enquanto dançava e arriscava passos de forró com as amigas.

 

  • AgNews

    Michel Teló fez cover de  Psy

Michel Teló vai de Tim Maia a Psy
Se um dos conceitos do Rio Verão Festival é a mistura de ritmos, o sertanejo Michel Teló seguiu a risca e estremeceu as estruturas do Sambódromo com um repertório que foi do funk a Tim Maia. Durante uma hora, o cantor cantou os seus maiores sucessos, incluindo a versão em inglês do maior deles, “Ai se eu te pego”. Um dos pontos altos do show foi um cover de “Gangnam Style”, do sul-coreano Psy, com direito a passinhos.

A gente vem aqui na cidade do funk e a gente gosta de colocar essa mistura no repertório 'humildemente'", disse o cantor, fazendo alusão a um dos seus sucessos "Humilde Residência", e completou: “É uma honra muito grande estar participando dessa festa ao lado de grandes nomes da música e poder representar o sertanejo nessa festa maravilhosa. É muito bom poder sentir essa energia carioca que arrepia”.

Depois do sertanejo o axé. O grupo baiano Chiclete com Banana transformou a Praça da Apoteose numa grande micareta. A cada canção, o vocalista Bell Marques comandava o público com coreografias e refrões que eram cantados em uníssono. No repertório do show, estavam sucessos como “Voa, voa”, “Diga que valeu”, “100% Você” e “Amor Perfeito”, do Rei Roberto Carlos. “Que bela ação é essa de fazer o Festival de Verão do Rio. A cidade está de parabéns em proporcionar essa festa linda”, disse o cantor.

Samba e Rock’n roll
Já passava das 22h quando o Capital Inicial subiu ao palco. No repertório, Dinho cantou “Fátima”, que ficou conhecida na voz de Renato Russo ainda na época da banda “Aborto Elétrico. O show seguiu com covers de canções como “Should I stay or Should I go”, do The Clash, e “Mulher de Fases”, dos Raimundo. Durante “Que país é esse”, Dinho se joga na plateia e quase leva um tombo ao se desequilibrar na grade. Apesar do susto, o cantor insistiu até ser “resgatado” por seguranças.

O Rappa se apresentou em seguida, fazendo deste, o ponto alto do festival. Falcão cantou sucessos como “Reza vela”, “Pescador de Ilusões” e “Rodo Cotidiano”. Foi difícil manter a plateia no chão. Logo após foi a vez do grupo Revelação subir ao palco e fechar a noite com samba. Apesar de salgueirense, o vocalista Xande de Pilares fez uma homenagem a Portela e Madureira com o samba “Meu lugar”, de Arlindo Cruz.