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Com folk pop, Of Monsters and Men espera por pessoas "quentes e abertas" no Lollapalooza

A banda islandesa Of Monsters and Men se apresenta no primeiro dia do Lollapalooza 2013; no centro, a vocalista e guitarrista Nanna Bryndís - Divulgação
A banda islandesa Of Monsters and Men se apresenta no primeiro dia do Lollapalooza 2013; no centro, a vocalista e guitarrista Nanna Bryndís Imagem: Divulgação

Tiago Dias

do UOL, em São Paulo

18/03/2013 15h17

Das terras geladas da Islândia, a banda Of Monsters and Men está de malas prontas para sua primeira visita ao clima tropical da América do Sul.

O que a banda vai mostrar no primeiro dia do festival Lollapalloza -- que acontece no Jockey Club, em São Paulo, nos dias 29, 30 e 31 de março -- e no dia 30, em um show paralelo no Cine Joia, porém, nada tem a ver com o experimentalismo e as melodias melancólicas de conterrâneos como a banda Sigur Rós e a cantora Bjork.

O som da Of Monsters and Men traz um folk pop assobiável, mesmo com letras contemplativas. Uma das vocalistas e guitarristas do grupo, Nanna Bryndís, de 23 anos, no entanto, não acha que sua banda faz um som mais "quente" que outros grupos nórdicos.

"Eu cresci lá, mas temos uma diversificação de sons. Eu não consigo ver as outras bandas como um som 'gelado'. Entendo a diferença, mas são inspirações diferentes. Nós somos em muitos na banda e cada um tem uma origem diferente quanto a essa questão", afirmou ao UOL, em entrevista por telefone.

Mesmo assim, os seis integrantes – além de Nanna, Ragnar "Raggi" Þórhallsson (voz e guitarra), Brynjar Leifsson (guitarra), Arnar Rósenkranz (bateria), Árni Guðjónsson (piano e teclados) e Kristján Páll (baixo); e ainda a participação nos shows da trompetista Ragnhildur Gunnarsdóttir – guardam gostos semelhantes, em particular as bandas Yeah Yeah Yeahs, da qual fizeram o cover de "Skeletons", e Queens of The Stone Age, que toca no segundo dia do festival. "Sério que não é no mesmo dia que vamos tocar?", pergunta Nanna, desapontada.

Durante a estadia no Brasil, ela promete conhecer bandas e lugares novos, e pede dicas: "Já ouvi a banda Cansei de Ser Sexy. Queremos conhecer muitas coisas daí, vamos ter um tempo maior dessa vez. O que dá pra fazer aí em uma semana?"

Ao saber que a música "Little Talks", do disco de estreia "My Head Is an Animal" (2011) virou um pequeno hit nas baladas indies de cá, ela se diz ansiosa: "Isso é bom. É melhor do que quando tocamos e as pessoas ficam tímidas e falando: 'ah, ok'. Vocês são tão quentes, tão abertos", diz.

A ansiedade vem também por Nanna e a trupe ainda serem novatos na estrada. Formada em 2010, a Of Monsters and Men participou de um concurso musical na Islândia e logo depois assinou o contrato com a gravadora Republic para lançar o primeiro EP, "Into the Woods". Em 2012, estrearam, com o primeiro disco ainda fresco, no festival South by Southwest, no Texas, nos Estados Unidos.

"Estamos nessa vida há um ano e é uma loucura. Tudo aconteceu muito rápido. É estranho se eu pensar nisso. No que estávamos fazendo há um ano, para onde estávamos indo", lembra.

A evolução é consciente e traduzida na frase que escolheram para defini-los na página oficial da banda no Twitter: "Nós costumávamos ser pássaros, mas agora nós somos monstros". "Certamente, é sobre essa nossa transformação", afirma Nanna.