Alejandro Sanz acena, manda beijos e despeja hits para fãs em SP
O show de Alejandro Sanz em São Paulo foi transferido de domingo (17) para segunda-feira (18), mas nem por isso o Credicard Hall teve pouco público. Ao contrário, o cantor espanhol se apresentou com cerca de 2/3 da casa tomados por uma plateia predominantemente feminina. Ninguém jogou calcinhas no palco, mas os principais sucessos do popstar foram recebidos com certa histeria. “Finalmente podemos fazer o show. Ontem eu estava muito triste”, falou Sanz, que teve que adiar o concerto para a noite posterior porque os instrumentos de sua banda não haviam chegado. Com dez músicos na retaguarda – cinco homens e cinco mulheres -, ele ganhou a simpatia da plateia principalmente a partir da quarta música, “Desde Cuando”, cantada pela audiência.
O cantor fez seu papel de ídolo e/ou símbolo sexual das moças. Acenou e mandou beijos. Vez ou outra, soltou frases como “eu falo portunhol, vocês sabem, não?”. Valeu até entoar alguns versos de “Força Estranha”, de Caetano Veloso, que Roberto Carlos tornou notória. A ligação com a música brasileira veio de forma ainda mais direta. Roberta Sá participou como convidada e dividiu os vocais com o cantor em “Baila Com Vos” e “Você Não Pode Surgir Agora”. Na primeira, chegou a dançar com ele.
A artista brasileira entrou depois de Sanz cantar “Corazón Partío”. O maior hit do espanhol foi recebido aos berros. Mais adiante, aos gritos de “lindo” e variantes deste adjetivo, ele mandou “No Me Compares”. Pouco depois, dedicou “Looking For Paradise” (procurando o paraíso, na tradução) a São Paulo. O show acabou ao som de trovões, com projeções dando o clima de tempestade ao cenário.
O bis serviu para Sanz agradecer mais uma vez ao público pela não desistência em vê-lo após o imprevisto de domingo. Também funcionou como a última descarga de histeria feminina do público, quando ele encerrou a apresentação de 1h50 com “Y Si Fuera Ella?”.
Sanz faz um pop romântico que flerta com outros gêneros, não só musicalmente como em imagens. Utiliza no palco efeitos visuais típicos de shows de rock, e tem uma guitarrista de “look” heavy metal que, em determinado momento, vem à frente do palco e, com uma guitarra modelo Flying V, sola como se estivesse frente a uma plateia de “headbangers”. Alejandro também deixa ritmos latinos passearem pelos arranjos. A ideia parece ser agradar qualquer tipo de pessoa presente ao local da apresentação. Funciona. Teve casal se beijando, dançando colado, vendo o show agarrado. Grupos de mulheres foram à frente do palco gritar para seu ídolo. No canto direito do palco, um grupo de homens conversou em tom alto, tomando cerveja, como se estivesse em um bar, durante boa parte do tempo, mas sem mostrar qualquer antipatia pelo show.
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