Topo

Iggor Cavalera fala sobre seus cinco bateristas favoritos e oficina para crianças no Lollapalooza

O baterista Iggor Cavalera durante o show do Mixhell no Ultra Music Festival em São Paulo - Reinaldo Canato/UOL
O baterista Iggor Cavalera durante o show do Mixhell no Ultra Music Festival em São Paulo Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Estefani Medeiros

Do UOL, em São Paulo

27/03/2013 05h00

Entre baquetas, pratos e caixas desde os seis anos, aos 12 Iggor Cavalera se apaixonou pelas batidas de Roger Taylor, do Queen, um de seus bateristas favoritos até hoje. Compartilhando a paixão pelo instrumento, Iggor ministrará na sexta (29), um workshop de bateria para crianças no festival Lollapalooza, onde também se apresenta com o projeto eletrônico Mixhell no domingo, no palco Perry. 

No Kidzpalooza, Iggor ministrará uma oficina com a ajuda de quatro baterias eletrônicas, que as crianças poderão tocar, ouvir suas gravações e fazer o download da música criada momentos depois. Essa oficina é um dos principais investimentos do palco para o presidente da Geo Eventos, Leo Ganem, como forma de alavancar a programação e criar um público infantil para o festival, onde menores de 10 anos, acompanhados pelos pais, não pagam para entrar. 

Além de Taylor, Iggor listou ao UOL alguns de seus bateristas favoritos. "Bill Ward, do Black Sabbath é um dos caras mais marcantes na minha trajetória, de tudo, de todas as fases. Passando ainda pela história, também teve o Stewart Copeland, do Police. Entre os mais atuais gosto muito do Pat Mahone, do LCD Soundsystem e Dave Lombardo, do Slayer, com certeza", comentou. "Quero muito ver o Tomahawk, gosto muito do baterista deles, o  John Stanier (ex-Helmet), que vem junto nessa turnê com o Mike Patton. Vou fazer questão de ver". 

Os favoritos de Iggor

Roger Taylor, do Queen
Bill Ward, do Black Sabbath
Stewart Copeland, do Police
Pat Mahone, do LCD Soundsystem
Dave Lombardo, do Slayer
John Stanier, do Tomahawk

Filho de Iggor, Ícaro, que começa a se aprofundar na bateria na mesma época que o pai começou, também se apresentará no festival. "Ele vai estar lá com certeza, na apresentação é legal para a molecada ver. Ele é muito mais metal, não tem muita coisa que ele tá afim de ver no festival, pra ele ficou meio devendo em relação ao estilo".

Mostrando que compartilha da opinião do filho, Iggor diz que além do Tomahawk, o que o atrai são só alguns amigos que tocam no palco eletrônico, dentre eles o Major Lazer. "O Diplo é nosso amigo, nunca vi uma apresentação deles. Também queria ver o Hot Chip, vou estar lá com certeza, mas é só o que me atrai". 

Para os jovens bateristas, Cavalera aconselha que se preocupem mais com o feeling e menos com a técnica. "Acho mais legal para animar não se preocupar com a técnica e sim com o feeling, sempre falo isso pro meu filho. O gostoso de tocar batera é que naturalmente você passa a prestar mais a atenção nas batidas. Aí você passa a tentar fazer essas batidas, com duas baquetas, no sofá mesmo, como exercício."  

Mixhell deixa maximal de lado e aposta em álbum mais cool e progressivo

  • O Mixhell é Iggor Cavalera, Laima Leyton e Max Blum

Investindo na música eletrônica há cerca de quatro anos, o ex-baterista do Sepultura, Iggor Cavalera, lança em março "Spaces", novo álbum do Mixhell, projeto em parceria com a mulher Laima Leyton e o baixista Max Blum lançado pela BoyzNoize Records.  

O grupo, que agora vai investir em apresentações como banda desacelerou em sua nova fase. No CD, Iggor diminui na intensidade da bateria e usa batidas que às vezes são confundidas propositalmente com os sons do sintetizador. O álbum foi co-produzido pelo brasileiro Gui Boratto e tem faixas mais progressivas e menos maximal, estilo da música eletrônica que se aproxima do rock pesado.  

A banda explicou ao UOL que esse processo foi natural. "A escolha do Gui acabou casando com a ideia do nosso disco, a ideia da gente estar tocando com banda também fez ele dar uma guinada pra esse lado mais cool e não tão na cara, como quando a gente tocava. A gente queria dar uma injeção de sangue novo", explicou Igor.

"Quando a gente encontrou o Gui já estávamos 'acalmando'. A gente escolheu um caminho mais musical, menos 'banging'", completou Blum. 

Laima, que se arrisca pela primeira vez nos vocais em músicas como "Come With Me" e "Once Again", disse que contou com a ajuda do produtor e do marido para colocar sua voz nas músicas. "Cantar foi outro risco. Na verdade foi difícil pra mim assumir e tentar. A gente sempre se preocupava em procurar participações e me perguntaram porque eu não tentava. Eu sei que não sou cantora, mas também gosto de um monte de gente legal que não é cantor", comenta.

Apesar de cantar em algumas músicas, Laima diz que não assumirá o papel de vocalista. "Não vou pro microfone, mas nas músicas que precisarem de vocal, vai rolar. Eu compus algumas letras e o Iggor deu várias dicas, ele me contava como o irmão dele (Max Cavalera, ex-vocalista do Sepultura) fazia, como criava a melodia antes de fazer a música." 

Ainda assim, o primeiro single de "Spaces" é "Exit Wound", que conta com a participação especial de Greg Puciato, vocalista da banda Dilinger Escape Band, e é uma das faixas com pegada mais dance e rock do CD. 

No domingo, o Mixhell toca por cerca de uma hora no palco Perry, onde dizem ver problema com o horário. Ponto levantado por Lobão em 2012. "Temos amigos que já tocaram nesse horário e disseram que o palco já estava bem cheio", comentou Iggor. No palco, a banda tocará o novo álbum além de remixes já conhecidos. O figurino será assinado por João Pimenta e é todo vermelho, cor que já virou marca do trio.