Público pode fugir de shows 'manjados' e encontrar boas surpresas no Lollapalooza
O público que assistiu ao Black Keys na noite deste sábado (30) mostrou que apesar de ser uma geração que consome música pela internet, ainda reage melhor aos hits de rádio. Mesmo com doze anos de carreira, a dupla de Ohio foi recebida por uma plateia virgem, que entrava em contatp com o repertório pela primeira vez. Em meio a sucessos como "Next Girl" e "Tighten Up", a recepção mais calorosa ficou para "Lonely Boy", recém-lançada nas rádios brasileiras.
Trazido como uma aposta para o festival, o Black Keys dividiu o palco com apresentações que o público brasileiro já viu, como o Queens of The Stone Age e Franz Ferdinand. As duas bandas, pela experiência de shows no país, já sabem no que investir. Trouxeram músicas novas, mas se apoiaram em setlists típicos de festival: lotados de hits envolventes, mas sem o fator surpreendente que espera-se de grupos com tanta bagagem.
No mesmo barco que a dupla formada por Dan Auerbach e Patrick Carney, os americanos do Alabama Shakes e o guitarrista Gary Clark Jr. chegaram de forma despretensiosa, mas conseguiram surpreender.
Debaixo de sol quente, Gary renovou o palco alternativo com seu blues rock texano cheio de improvisações e solos densos. Já Brittany Howard, vocalista do Alabama, conquistou pelo vozeirão e carisma. Assumiu que estava um pouco nervosa, perdeu os óculos em uma reação desajeitada, mas atraiu novos olhares. "Tinha bastante gente cantando e animada. Fiquei até surpresa porque eles são bem novos por aqui", comentou Marina Dias, estudante de 24 anos.
Mesmo o brasileiro Criolo, que já é conhecido dos paulistanos e também sofreu com som baixo no palco Alternativo, conseguiu ser uma novidade noturna para o público em geral e atrair boa parte da plateia do soturno e veterano supergrupo A Perfect Circle, que se apresentava no palco Butantã. Quem não quis ver o Black Keys, apostou na festa promovida por Steve Aoki na tenda eletrônica, onde ele esfregou um bolo no corpo de uma fã que estava vestida com uma faixa onde lia-se "cake me". Aoki também 'andou' por cima da multidão em um bote salva vida depois de jogar champanhe nos fãs. Ainda no palco Perry, o público não mostrou nenhum problema com a lama, e dançava e literalmente rolava nela.
O Lollapalooza está cumprindo seu papel e traz para São Paulo uma fórmula consagrada dos grandes festivais gringos: a mistura de velhas certezas e novas apostas. Mas o público também tem seu papel. Em meio a tantas opções, ir além das rádios com o perfil explorador desenvolvido na internet só traz benefícios. Para quem vai no último dia de festival, vale apostar na experiência do Pearl Jam e do Planet Hemp, mas se arriscar no palco ao lado, sem saber o que vai encontrar, pode trazer boas surpresas.
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