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Quantidade de bons shows torna saldo do Lollapalooza positivo

José Norberto Flesch

Do UOL, em São Paulo

01/04/2013 03h21

O jeans velho e a camiseta preta voltaram a um megafestival de rock no Brasil ontem, na noite de encerramento do Lollapalooza. Ao contrário do que se viu na sexta e no sábado, o visual que costuma ser associado ao público clássico de rock reapareceu em vestimentas com logo do Pearl Jam, atração maior do evento, ou de outras bandas com sonoridade voltada ao hard rock ou ao metal, como Iron Maiden e Metallica. Os shows fizeram jus à indumentária. Com performances cheias de energia, Kaiser Chiefs, The Hives e Pearl Jam reforçaram a porção mais “rocker” do festival.
 

Top List: As 10 mais cantadas pelo público

1. Lonely Boy - The Black Keys
2. Mantenha o Respeito - Planet Hemp
3. Não Existe Amor em SP - Criolo
4. Alive - Pearl Jam
5. No One Knows - Queens of the Stone Age
6. Killing in the Name - Deadmau5
7. Little Talks - Of Monsters and Men
8. Quando a Maré Encher - Lirinha e Eddie
9. Somebody Told Me - The Killers
10. Take me Out - Franz Ferdinand

É notável também como, em uma época dominada pelo download como fonte de informação, as rádios – de rock, no caso - ainda influenciam o pula-pula na pista. Assim que o line up do Lollapalooza foi anunciado, emissoras dedicadas ao gênero passaram a incluir com mais freqüência na programação músicas dos artistas do festival. Não por acaso subiu até poeira quando o Kaiser Chiefs tocou “Ruby” e o Hives mandou “Go Right Ahead”, sucessos no dial.

Se a porção rock foi maior e mais forte no último dia, também foi a única data da edição 2013 em que o Lollapalooza teve lotação esgotada. O Pearl Jam não só tem culpa principal pela alta venda de ingressos como acentuou o tom rock da noite tocando covers de Ramones (“I Believe in Miracles”) e The Who.(“Baba O’Riley”, também conhecida como “Teenage Wasteland”), como forma de homenagear estas duas bandas.

Mais do que isso, a última foi a noite do contato direto. Enquanto bandas como Queens of the Stone Age, The Flaming Lips e The Black Keys limitaram-se a tocar de forma respeitável e vigorosa seu repertório, Hives e Kaisers foram literalmente para cima do público. Os vocalistas Pelle Almqvist e Ricky Wilson se aproximaram da platéia o mais que puderam. O primeiro chegou a ir até onde estava um rapaz com um vinil da banda sueca e assinar o disco. Wilson, por sua vez, explorou sua principal mania: subir nas estruturas que envolvem o palco. Chegou até a escalar a torre de som, no meio da platéia.

Mesmo com muita lama, um incoveniente que parece fazer parte da festa, aqui ou no exterior; e longas filas para tudo, o saldo foi positivo. Foram muito mais shows bons do que ruins, ainda que a maior parcela de entretenimento tenha sido formada pelo grande número de apresentações medianas.