Pagamento de Gotye à família de Luiz Bonfá é devida, comenta Maestro Billy
O produtor Maestro Billy comentou no Facebook o uso do sample de Gotye na música "Somebody That I Used To Know", que surgiu de um trecho de "Seville", do brasileiro Luiz Bonfá. "O sample tem que ser melhor entendido e melhor explicado. Usar um trecho de uma música, de um texto, de uma imagem, de um filme, qualquer coisa, tem que ter os devidos créditos para quem os criou", introduz. Na última terça, o australiano teria concordado em pagar US$ 1 milhão à família do artista.
"Se o cara usou um trecho sampleado (ou tocado "em cima" tipo copiando mesmo), tem que dar uma co-autoria pra quem é de direito. No caso aí o Luiz Bonfá, a família tem sim que receber. E todo mundo que é sampleado também O problema é que muitos samples "surgem" de vinis antigos, trechos em mp3 sem identificação, o que torna difícil achar quem é o dono efetivo do fonograma usado", comenta. "E também as editoras e gravadoras, obviamente sempre atrasadas em tudo, não tem muita coisa digitalizada e de fácil acesso e busca. Dá nisso."
Para o produtor brasileiro, a melhor opção pro músico nessa hora é dar a co-autoria, que no caso de Bonfá, chegou um ano após o lançamento da faixa. Ele ainda relembra o caso de Vanilla Ice, que teve pagar direitos para o Queen por usar um trecho de "Under Pressure".
Entenda o caso
Gotye (nome artístico de Wally DeBecker) usou um trecho de “Seville”, lançada pelo jazzista brasileiro em 1967, na faixa “Somebody That I Used To Know”, single do álbum “Making Mirrors” e que já entrou para a história da música australiana pelos seus números inéditos e bem sucedidos nas paradas da “Billboard” norte-americana. Um ano após seu lançamento, a faixa ainda é uma das 50 mais ouvidas no país, além de ter recebido um Grammy de melhor gravação, e discos de ouro e platina em mais de dez países.
O brasileiro Luiz Bonfá, criador de "Seville", música que deu origem ao sample
O artista concordou em colocar Bonfá como co-criador da faixa e o crédito já faz parte da APRA (Australasian Performing Right Association). O caso não é tratado como plágio, uma vez que Gotye já assumia o uso de sample, música criada a partir de amostras. No mesmo disco ainda há notas de "Aquarela do Brasil" em "I Fell Better". A faixa do australiano foi lançada dez anos após a morte do brasileiro, vítima de um câncer na próstata.
A assessoria de imprensa do músico se recusou a falar sobre o assunto ao jornal. O número que deve ser pago à família aumenta a cada ano, uma vez que shows, visualizações no Youtube e execuções em rádios não contam --o valor de US$ 1 milhão se refere apenas à venda da faixa. Em contato com a Universal, gravadora responsável por Gotye no Brasil, oficialmente não há informações sobre o caso.
Relembre a versão de Gotye "Somebody I Used To Know"
Ouça "Seville", de Luiz Bonfá, de 1967
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