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Vocalista do Stereophonics diz que vai dirigir filme com roteiro baseado em novo álbum

Vocalista do Stereophonics, Kelly Jones - EFE/Daniel Karmann
Vocalista do Stereophonics, Kelly Jones Imagem: EFE/Daniel Karmann

Do UOL, em São Paulo

19/06/2013 12h54

Quando um grupo de jovens pulou no telhado da casa de Kelly Jones, vocalista da banda Stereophonics, para grafitar em um trem no subúrbio de Londres, em 2010, ninguém imaginava que o assunto ficaria na cabeça do músico por tanto tempo. Jones, que diz se ver atualmente como um "contador de histórias", disse ao UOL que o incidente originou o mais recente álbum do grupo, "Graffiti On The Train".

Lançado em março passado, o trabalho abriu as portas também a um roteiro que Kelly usa como base para um filme que pretende lançar nos próximos três anos. "O álbum conta uma história do começo ao fim", disse o vocalista, nascido no País de Gales. 

"O título surgiu do incidente em Londres, quando acordei com passos no meu telhado. Fiquei preocupado, não sabia se alguém estava tentando invadir a casa. Levantei e olhei pela janela, vi alguns garotos. Perguntei o que estavam fazendo ali e me disseram que apenas queriam usar o telhado como atalho para chegar ao trilho dos trens para grafitar", lembrou o vocalista. "Pensei: 'Ainda bem que tenho a música'. Daria muito trabalho ter que passar por essas coisas para me expressar", disse aos risos. 

Na ocasião, Kelly, que estava no intervalo de uma turnê com a banda, disse ter imaginado o que estava além na vida dos jovens. "Essa ideia ficou presa na minha cabeça por muito tempo. Fiquei imaginando cenários para essa história. E se esses meninos estivessem grafitando uma mensagem para uma garota que passa todos os dias de trem no mesmo horário? Então a história se desenvolve junto com a música. Acabei o roteiro nesta semana".

Kelly, que também estudou cinema e roteiro, contou que se revezou entre as câmeras e as guitarras nos últimos anos. Os três últimos clipes do álbum "Graffiti On The Train" --o single de mesmo nome, "Indian Summer" e "Violins and Tambourines"-- foram dirigidos por ele mesmo, que confessou usar os clipes como uma forma de manter a carreira fresca depois de 21 anos na estrada musical. 

“É desafiador manter uma carreira criativa depois de tantos anos. Sempre procuro fazer coisas que eu nunca fiz antes, misturar meu trabalho com roteiro e minhas ideias com música. Acho que o público tem respondido bem aos efeitos visuais. A música se tornou mais visual", concluiu,

Outro ponto que ajudou o Stereophonics a ser mais autoral foi ter deixado uma grande gravadora, o que, segundo ele, facilitou o trabalho e "tornou os riscos menores". Desde 2010, os vídeos, discos e shows são organizados pela The Stereophonics Ltd, da Stylus Records.

Kelly, considerado o galã do britpop, contou que não se lembra muito bem de sua passagem pelo Brasil, em 2010, mas disse que "foi um momento incrível". "Foi nossa primeira vez no país, mas fizemos seis shows em oito dias. Foi muito intenso, não tivemos tempo para aproveitar muita coisa". A data de volta ao país ainda é incerta, mas Kelly quer voltar no final da turnê que ainda passa por Canadá, Estados Unidos, Europa e Austrália. "Gostaria de voltar [ao Brasil] no início de 2014."